França e Áustria afirmam que fronteira com Itália está aberta
Paris, 15 jun (EFE).- O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, afirmou nesta segunda-feira que a fronteira com a Itália não foi fechada para evitar a passagem de imigrantes irregulares, e que somente foi reforçado o controle e aplicada as regras em vigor.
Cazeneuve se limitou a lembrar que, de acordo com a legislação europeia, quando alguém sem permissão de estadia legal na União Europeia é encontrada, são obrigados a devolvê-los ao país por onde entrou, neste caso a Itália.
“Não há um bloqueio da fronteira porque estamos em um espaço aberto, há só um respeito das regras”, indicou em entrevista à emissora “BFM TV”.
A Áustria também negou ter fechado a fronteira com a Itália, e alegou que as expulsões seguem procedimentos rotineiros.
O porta-voz de Interior, Karl-Heinz Grundböck, assinalou que barras estes imigrantes nas fronteiras intra-comunitárias é de responsabilidade da Itália.
Contudo, Grundböck reconheceu que o acúmulo de refugiados na fronteira italiana nos últimos dias pode ter se devido ao aumento dos controles relacionados à cúpula do G-7, realizada semana passada no sul da Alemanha, e com o número de imigrantes ilegais ser agora maior do que nos últimos anos.
Para Cazeneuve, é preciso diferenciar entre os imigrantes econômicos irregulares dos que estão em condições de solicitar o asilo porque sua vida está ameaçada em seu próprio país.
Os primeiros não podem ser acolhidos, assinalou o ministro. “Seria irresponsável pensar que poderíamos fazê-lo e é necessário que sejam reconduzidos à fronteira, razão pela qual se deve trabalhar com os países de origem para organizar esse retorno nas condições mais dignas”, acrescentou.
“Os que buscam o estatuto de refugiado devem poder ser distribuídos (entre os países da UE). É necessário que a Itália aceite que a UE estabeleça centros de amparo para serem identificados, porque se não a solidariedade não poderá funcionar”, apontou o ministro.
Para ele, garantir a “sustentabilidade do amparo exige uma política firme e uma solução europeia diante de “um problema mundial e de extraordinária complexidade”.
Sua declaração é uma resposta à centena de imigrantes, principalmente eritreus e senegaleses, que desde sábado estão bloqueados na cidade italiana de Ventimiglia à espera de seguir caminho para países como Suécia, Alemanha ou França. EFE
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