França e outros 53 países aceleram o ritmo para cúpula de Paris

  • Por Agencia EFE
  • 06/09/2015 15h19

Paris, 6 set (EFE).- A França e outros 53 países iniciaram neste domingo um encontro ministerial de dois dias destinado a impulsionar a organização dos compromissos para cúpula sobre a mudança climática que será realizada em dezembro em Paris, da qual deve sair um acordo para substituir a partir de 2020 o atual Protocolo de Kioto.

“Todos sabemos que o sucesso de Paris se constrói com antecedência. Sabemos que a urgência faz existir o risco de não conseguirmos um resultado equilibrado. Se queremos fazer de Paris um sucesso e um ponto de inflexão, é necessário aproveitar cada ocasião”, declarou o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.

Co-presidida por Fabius e pelo ministro peruano do Meio Ambiente, Manuel Pulgar Vidal, onde foi realizada a última cúpula sobre mudança climática das Nações Unidas (COP20), ano passado, esta reunião está centrada no financiamento das políticas climáticas, na adaptação das consequências desse fenômeno e na transferência de tecnologias.

“Tenho certeza que estamos indo pelo bom caminho, e com diálogo e compromisso vamos alcançar nosso objetivo”, afirmou o representante peruano na abertura da conferência informal, semelhante à realizada em junho também na capital francesa.

Esta sessão acontece paralelamente às negociações oficiais das Nações Unidas, que teve a última rodada sexta-feira em Bonn, quando foi dado o sinal verde à elaboração de uma minuta de texto para outubro.

Um dos pontos pactuados na cidade alemã é que o futuro tratado climático, que entraria em vigor em 2020 e que terá como objetivo impedir que a temperatura do planeta aumente mais de dois graus até o final de século, tenha períodos de cinco anos para a revisão dos compromissos de redução de emissões.

Em Paris participam 30 ministros do Meio Ambiente, Exteriores, Energia ou Desenvolvimento Sustentável, junto com secretários de Estado e enviados especiais de organizações internacionais.

Os países que já entregaram as Nações Unidas compromissos de redução de emissões para o acordo parisiense respondem, segundo Fabius, por 56% das emissões globais, mas essa porcentagem pode chegar a 90% durante a realização da COP21, entre 30 de novembro e 11 de dezembro.

Mesmo assim, segundo os cálculos franceses, a meta ficaria acima dos dois graus, previsão que levou hoje Fabius a fazer um pedido para que os países aumentem seus esforços.

“A direção está certa, mas o ritmo ainda é insuficiente”, estimou o chanceler francês, para quem “2014, que foi o ano mais quente já registrado, e 2015, que pode bater esse recorde, nos lembram a urgência em atuar”.

Da COP21 do final do ano, destacou, deveria sair um acordo vinculativo para evitar os erros da fracassada cúpula de Copenhague de 2009, quando foi impossível chegar a um pacto global de luta contra o aquecimento.

“Se buscamos um acordo é para que seja adotado”, ressaltou Fabius em seu discurso inaugural, em que deixou claro que os países em desenvolvimento mostraram boa disposição, mas também advertiram que para estar à altura da tarefa precisarão de ajuda.

Já o ministro peruano afirmou que já estão muito perto da reta final e, em um momento em que é preciso abordar as soluções para evitar as consequências da mudança climática, também devem ser tomadas decisões, para saber como o planeta vai se adaptar a elas. EFE

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