França e Peru mostram otimismo perante negociações para o acordo climático

  • Por Agencia EFE
  • 01/06/2015 12h47
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Berlim, 1 jun (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e do Peru, Manuel Pulgar-Vidal, inauguraram nesta segunda-feira, com uma mensagem de “otimismo e esperança”, as negociações que durante dez dias serão mantidas em Bonn (Alemanha) para avançar no acordo climático que deve ser assinado em dezembro em Paris.

“Temos a responsabilidade coletiva de traçar um plano de ação que consiga conciliar as legítimas aspirações à prosperidade, com os limites naturais de nosso planeta”, ressaltou Fabius ao início das reuniões, organizadas na sede do Convenção Marco sobre a Mudança Climática da ONU.

Pulgar-Vidal, que justificou sua não assistência por problemas que tinha que resolver em seu país, enviou uma mensagem de vídeo na qual se mostrou convencido de que “as negociações levarão a um acordo bem-sucedido em Paris e que o êxito de Paris será o êxito do mundo”.

Lima presidiu a última cúpula do clima (COP20) e Paris está à frente da seguinte Conferência das Partes das Nações Unidas (COP21), cujo objetivo é assinar o acordo global que substituirá a partir de 2020 o Protocolo de Kioto para a redução de gases do efeito estufa.

“Não ganharemos a batalha do desenvolvimento e da eliminação da pobreza se não ganharmos a batalha contra o aquecimento global”, advertiu Fabius.

O ministro insistiu na necessidade de que cada país apresente sua contribuição nacional com seus compromissos de redução de CO2 e ressaltou a importância de cumprir com o financiamento e contar a partir de 2020 com um fundo dotado de US$ 100 bilhões anuais para apoiar os países mais vulneráveis.

Após assegurar que serão levadas em conta as responsabilidades e capacidades de cada país, Fabius apostou também por pactuar regras que permitam reorientar os fluxos financeiros privados e públicos com relação à economia no âmbito do carvão.

O trabalho das delegações de 190 países em Bonn deverá se centrar, segundo sua opinião, em simplificar o longo texto do pré-acordo existente, isolando as grandes questões “mais políticas” que deverão debater os ministros e os chefes de Estado e de governo.

No calendário até Paris, Fabius destacou as duas reuniões ministeriais convocadas na capital francesa e a cúpula de setembro em Nova York, onde é esperado dos chefes de Estado e de governo “uma orientação política clara”.

“O fracasso da COP21 seria dramático”, advertiu Fabius, que propôs que em dezembro, em Paris, os chefes de Estado e de governo se reúnam ao início da cúpula do clima e não no final, como ocorreu na reunião de 2009 na capital dinamarquesa.

“O exemplo de Copenhague não é o melhor”, disse o ministro francês ao lembrar que não foi alcançado nenhum acordo vinculativo.

Pulgar-Vidal se mostrou otimista e disse que o acordo deverá ter instrumentos suficientemente flexíveis para que se adaptem às necessidades nacionais, dentro de um plano de ação global com o objetivo concreto de limitar o aquecimento da terra a 2 graus centígrados acima do nível pré-industrial.

Segundo sua opinião, um dos legados mais importantes das conferências de Lima e Paris deverá ser um processo de diálogo forte entre atores governamentais e não-governamentais.

Apesar das mensagens de esperança enviadas na seção inaugural, desde as ONGs surgiram vozes céticas a respeito de que se possa chegar a um acordo que realmente permita cumprir com os objetivos de reduzir o aquecimento global.

“Com as reduções de emissões que foram anunciadas até agora, vamos rumo a um aquecimento de mais de três graus, o que é inaceitável”, disse, por exemplo, a responsável da política sobre o clima do WWF, Regine Günther.

Por sua vez, seis grandes consórcios de petróleo e gás -BP, Total, Shell, Statoil, BG Grou e Eni- reivindicaram em carta divulgada hoje um sistema de preços global para a emissão de CO2, como um incentivo para o uso de gás natural ao invés de carvão e para conseguir uma maior eficiência energética. EFE

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