França lembra hoje “outro desembarque” da 2ª Guerra Mundial

  • Por Agencia EFE
  • 15/08/2014 10h01

Paris, 15 ago (EFE).- O governo da França lembra nesta sexta-feira o 70º aniversário do desembarque das topas aliadas no sul do país, dez semanas depois do de Normandia, uma frente na qual as tropas das colônias francesas africanas tiveram um grande peso.Desta forma, junto ao presidente francês, François Hollande, a celebração, que se desenvolverá a bordo do porta-aviões Charles de Gaulle, ancorado no porto de Toulon, no sudeste do país, contará com a presença de uma dúzia de chefes de Estado africanos, além de Albert de Mônaco, príncipe soberano do principado de Mônaco, e de representantes de mais de 15 países.

A cerimonia realizada hoje presta homenagem a um Exército composto de muitos soldados chamados até então de “indígenas”, que constituíram boa parte do contingente e que abriu uma nova frente no litoral mediterrânea francês, contribuindo para a libertação do país.

Meio milhão de soldados compôs o grosso do chamado “desembarque da Provença”, a metade deles franceses, sob as ordens do general Jean Joseph Marie Gabriel de Lattre de Tassigny.

A operação, além de debilitar a já maltratada resistência nazista, permitiu à França “cobrar peso entre os vencedores” e “ter assim um papel preponderante no pós-guerra”, assegurou Hollande em discurso.

Segundo o presidente francês, essa operação permitiu que “a França se libertasse por si mesma” e destacou “a bravura” das tropas que participaram da operação.

As tropas francesas constituíam o chamado “Exército B”, criado em 1830 durante a conquista da Argélia e integrado por soldados “indígenas”.

Dos 450 mil que participaram do desembarque da Provença, 250 mil eram membros deste destacamento, a metade deles atiradores senegaleses e argelinos, além da infantaria marroquina e outras tropas procedentes da África Subsaaariana, dos territórios do Pacífico e das Antilhas.

Segundo os dados dos historiadores, mil soldados morreram no primeiro dia do desembarque, números muito inferiores aos registradas em Normandia.

O avanço dos aliados foi muito maior que o previsto, permitindo em poucos dias a libertação de Toulon e Marselha, o que deu aos aliados portos fundamentais para nutrir a frente do sul.

Foi “um êxito militar muito maior do que o previsto”, lembrou o presidente francês, que reiterou que a operação “permitiu à França se sentar à mesa da capitulação alemã”.

“Foi o Exército de toda a França, mas também um Exército do mundo”, destacou Hollande, que assegurou que a participação destes soldados “criou um laço de sangue entre a França e a paz que nunca poderá ser esquecido”.

A comemoração terá sequência com uma parada militar da marinha e da aeronáutica e um jantar de gala aos chefes de Estado e antigos combatentes a bordo do Charles de Gaulle. EFE

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