Francisco pede em paróquia romana que fiéis combatam “necrose espiritual”

Roma, 6 abr (EFE).- O papa Francisco pediu neste domingo na paróquia romana de São Gregório Magno, ao sudoeste da capital, que os fiéis lutem contra o que chamou de “necrose espiritual” e os convidou a “escutar a voz de Jesus”.

O pontífice se transferiu para essa paróquia, onde foi recebido por uma multidão que tinha pendurado bandeiras de janelas e balcões e até subiu a alguns telhados para poder vê-lo, a fim de se reunir com jovens, doentes e idosos.

A intenção do papa, disse o Vaticano em comunicado, era de se encontrar com “a diversa realidade social” do território da paróquia, que tem instalações que levam duas irmãs carmelitas e dá albergue a dez pessoas, entre eles idosos, incapacitados e estrangeiros.

Francisco, na homilia que pronunciou durante a missa após a visita às instalações a paróquia, voltou a utilizar o episódio bíblico da ressurreição de Lázaro, ao que já se referiu durante a manhã, para pedir que os fiéis “escutem a voz de Jesus”.

“Saiam de vossos túmulos”, disse o papa, que convidou os fiéis que assistiram ao ato religioso a descobrir a “parte morta da alma” para poder responder ao chamado de Jesus, como este teria feito com Lázaro.

O papa argentino aproveitou a nova saída do Vaticano para uma paróquia da cidade da qual é também bispo para mostrar aos fiéis a nova edição de bolso dos evangelhos, que foi repartida pela primeira vez gratuitamente em Roma de manhã após a reza do Ângelus.

Francisco brincou ao mostrar a Bíblia de bolso aos presentes e disse que o formato é ideal para ler “no ônibus, mas quando estiver acomodado, porque se não, precisa vigiar os bolsos!”.

“Fará muito bem, ler um pouco todos os dias”, disse o papa sobre a iniciativa.

A paróquia de São Gregório Magno fica no bairro romano de Magliana, criado originalmente em meados de século XIX pela chegada de imigrantes à capital italiana e que durante décadas careceu das provisões básicas.

Esta circunstância, e a especulação urbanística da metade do século XX, deram origem nessa região à aparição de movimentos sociais de reivindicações vizinhos. EFE