Fujimori pede prisão domiciliar para não morrer encarcerado
Lima, 7 nov (EFE).- O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, solicitou nesta sexta-feira a um tribunal do país que possa terminar de cumprir sua sentença de 25 anos em prisão domiciliar para, segundo disse, não morrer encarcerado.
A Sala Penal Especial da Corte Suprema de Justiça, presidida pelo juiz Luis Cevallos, escutou a alegação da apelação interposta pelo advogado de Fujimori, William Castillo, para que se reconsidere o pedido de prisão domiciliar, depois que foi recusado no ano passado em primeira instância por outra sala.
Em uma declaração de dois minutos, o ex-mandatário, de 76 anos, rogou aos integrantes da Sala Penal Especial que compreendam “as razões humanitárias” de seu pedido, cuja resolução se conhecerá nas próximas semanas, já que a sala tem um máximo de 15 dias para votar e comunicar sua decisão.
“Este encarceramento constitui para mim uma pena de morte lenta. Se continuar assim, exalarei meu último suspiro antes de cumprir toda a condenação, pois não acho que sobreviva até os 95 anos”, quando terminará a sentença, explicou Fujimori.
A audiência aconteceu na sala da Direção de Operações Especiais da Polícia (Diroes), no distrito de Ate-Vitarte, em Lima, onde Fujimori cumpre sua condenação em uma cela especialmente construída para ele.
No dia 29 de outubro do ano passado, o juiz supremo Segundo Morales declarou infundada a solicitação em primeira instância, ao argumentar que não existe uma lei que faculte o trâmite deste pedido, dado que a prisão domiciliar se aplica para os processados com julgamentos em curso e não com sentenças firmes e ratificadas, como o caso do ex-presidente.
Alberto Fujimori foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade nos casos dos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), onde 25 pessoas foram assassinadas por grupo militar, e pelo sequestro de um jornalista e um empresário em 1992.
O ex-presidente recebeu também três sentenças por crimes de corrupção que já se completaram e, atualmente, é processado por peculato, pelo que pode ser condenado a mais oito anos de prisão. EFE
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