Funcionário de hospital nos EUA que testou positivo para o ebola é uma mulher
Washington, 12 out (EFE).- O trabalhador de um hospital que atendeu o primeiro paciente diagnosticado com ebola nos Estados Unidos e que testou positivo em um primeiro exame é uma mulher que teve “contato prolongado” com o doente, que morreu na última quarta-feira, informou neste domingo um funcionário de saúde do alto escalão.
A mulher, que de acordo com a emissora “CNN” é uma enfermeira, foi submetida a um segundo teste para confirmar o contágio, cujos resultados serão conhecidos ao longo do dia de hoje, explicou o diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), Thomas Frieden, em uma conferência de imprensa.
A paciente utilizou o traje de proteção requerido, com macacão, luvas e máscara, durante seu contato com o doente, mas, “em algum momento, houve um falha no protocolo” de segurança que agora as autoridades dos CDC vão investigar, disse Frieden.
O diretor dos CDC detalhou que a paciente não soube identificar que falha pode ter ocorrido.
Por isso, a investigação analisará, entre outras coisas, a forma como a mulher retirou seu traje de proteção, já que um procedimento incorreto pode levar ao contágio, além dos processos que foram realizados durante o tratamento do doente.
Se for confirmado o contágio no segundo teste realizado pelos CDC, este seria o primeiro caso de transmissão da doença dentro dos Estados Unidos.
Frieden também informou que apenas uma pessoa “próxima” da paciente foi isolada e está sendo monitorada de forma exaustiva.
No entanto, acrescentou que “é possível, infelizmente, que nos próximos dias” apareçam mais casos de contágio, previsivelmente entre outros dos funcionários que atenderam Thomas Eric Duncan – a primeira pessoa diagnosticada com ebola nos Estados Unidos e que morreu na última quarta-feira – no Hospital Presbiteriano de Dallas (Texas).
A família da paciente, que se encontra estável, pediu privacidade e, portanto, sua identidade não será revelada, explicou hoje em entrevista coletiva o médico Dan Varga, do departamento de Recursos de Saúde do Texas.
A mulher atendeu Duncan durante sua segunda visita ao hospital. O doente foi ao setor de emergência do hospital no dia 25 de setembro com sintomas associados ao ebola, mas foi enviado para casa com antibióticos.
Duncan retornou ao centro médico em uma ambulância no dia 28 de setembro, quando foi admitido e posteriormente diagnosticado com ebola.
A nova paciente, cujo teste preliminar positivo foi realizado pelo Serviço de Saúde estadual, comunicou que tinha febre baixa na noite da sexta-feira e desde então foi isolada.
Todos os funcionários do Hospital Presbiteriano de Dallas que estiveram envolvidos no atendimento de Duncan estão sendo monitorados para que outros “casos potenciais” de contágio sejam descobertos “o mais rápido possível”, afirmou Varga.
Por sua vez, o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, disse que uma equipe especial da polícia foi enviada ao complexo de apartamentos onde vive a funcionária de saúde para desinfetar e limpar as áreas comuns.
Além disso, Rawlings detalhou que acredita que há no apartamento da paciente um animal de estimação que, aparentemente, não mostra sintomas de contágio. EFE
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