Funcionários de grandes empresas usam dados de clientes para cometer assédio
Atendentes de call centers assediam mulheres por meio de aplicativos de celular e demonstram a falta de cuidado das empresas com dados de clientes. As vítimas denunciaram o problema através das redes sociais e relataram desde simples cantadas até textos com conteúdo mais ofensivo. Os funcionários mal intencionados se aproveitam da possibilidade de acessar o cadastro das consumidoras para enviar mensagens para smartphones.
Para psicóloga da SaferNet, o caso demonstra a falta de cuidado das empresas com os dados dos clientes. Juliana Cunha acredita que o treinamento dos funcionários precisa ser feito de forma mais adequada para evitar este problema. “É preciso que haja, especialmente no âmbito das empresas, maior responsabilidade no tratamento dos dados e no treinamento dos funcionários que estão acessando endereços, informações, e como eles estão se relacionando com os clientes a partir dessas informações”, analisa.
A especialista em Direito de Defesa da Mulher afirma que os consumidores fazem poucas denúncias e, por isso, casos como esses continuam acontecendo. Rosana Chiavassa destaca que as mulheres assediadas podem procurar a polícia. “Vai direto falar com o delegado e fala que está com uma ameaça. Feio o B.O. é começar a divulgar”, e completa, “infelizmente, no Brasil as coisas só funcionam quando tem grito, barulho. A imprensa pode ajudar denunciando cada vez mais esses casos porque aí o Ministério Público também vai agir”.
Em nota, a Vivo afirmou que o caso encontra-se em apuração interna e está totalmente desalinhado com as práticas e valores da empresa.
A Net também informou que está apurando as denúncias divulgadas para então tomar as providências.
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