Funcionários públicos protestam na Costa Rica por aumento salarial

  • Por Agencia EFE
  • 25/02/2014 19h23

San José, 25 fev (EFE).- Milhares de funcionários públicos foram às ruas da capital da Costa Rica, San José, nesta terça-feira para protestar contra o aumento salarial que consideram “pobre e mesquinho” de 0,43% decretado pelo governo para o primeiro semestre deste ano.

“Por um aumento geral dos salários!”, “Indignação pelo aumento do 0,43%!” e “Basta de tanto aumento do custo da vida!”, eram algumas das frases dos cartazes dos manifestantes que percorreram as ruas da capital.

Centenas de bandeiras, gritos, música e até um desfile acompanharam os empregados públicos que desde às 7 horas (horário local) (10h em Brasília) se reuniram em várias regiões de San José para depois concluir a mobilização em frente ao Ministério da Fazenda.

A Polícia de Passagem informou que participaram cerca de quatro mil manifestantes. Já os sindicalistas disseram ter, pelo menos, sete mil.

“A nossa preocupação é a possibilidade de que no curto prazo haja um congelamento salarial no setor público. Se não for regulado o problema do déficit fiscal, os empregados podem sofrer dramas como o que vive a União Europeia”, disse à Agência Efe o secretário-geral da Associação Nacional de Empregados Públicos e Privados (ANEP), Albino Vargas.

A mobilização convocada pela ANEP, o principal sindicato do país, contou com a adesão do setor da Educação através da Associação Nacional de Educadores (ANDE) e da Associação de Professores de Segundo Ensino (APSE).

Também participaram os sindicatos do Instituto Costarriquenho de Eletricidade (ICE), empresa pública que detém o monopólio elétrico do país, o Instituto Costarriquenho de Aquedutos e Alcantarillados (AyA) e o Ministério de Obras Públicas e Transportes (MOPT).

De acordo com o presidente de ANDE, Gilberto Cascante, o setor educativo pede ao Ministério da Educação para “conversar sobre planos de infraestrutura e programas sobre tecnologia educativa” que em quatro anos de governo não teve os avanços desejados.

O protesto também serviu como forma de se despedir da atual presidente do país, Laura Chinchilla, que deixa o poder em 8 de maio e que, segundo os manifestantes, termina com a popularidade em baixa e com grande descontentamento social.

Os sindicatos informaram que o serviço ao cliente nas filiais do ICE, do AyA e de outras instituições nacionais foi afetado pela falta de pessoal. A Associação Nacional de Educadores calcula que entre 60% e 70% das escolas do país estão paradas por conta da mobilização.

O Ministério de Segurança enviou mil policiais, no entanto, o protesto transcorreu com normalidade.

Albino Vargas, sindicalista da ANEP, afirmou que nesta semana entregará uma carta ao Ministério da Fazenda com uma análise e uma série de propostas fiscais e salariais, principalmente para mudar a fórmula estipulada em 2007 com a qual se ajusta o salário.

A ANDE declarou que esse é apenas o começo de uma série de manifestações que acontecerão até 20 de março, para “defender os direitos dos trabalhadores públicos”.

O ministro do Trabalho da Costa Rica, Olman Segura, disse aos jornalistas que o ajuste salarial foi dado mediante um acordo estipulado com os sindicatos para reconhecer a inflação do semestre anterior. Ele qualificou como “sem justificativa” a greve de hoje. EFE

mjb/cdr

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