G7 busca vias para lutar contra terrorismo global e fraude fiscal

  • Por Agencia EFE
  • 27/05/2015 16h21
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Juan Palop.

Dresden (Alemanha), 27 mai (EFE).- Os ministros de Finanças do G7 iniciaram nesta quarta-feira uma reunião de três dias centrada na luta contra a evasão fiscal e as redes que financiam o terrorismo global, e na qual inevitavelmente a Grécia voltará a ser um assunto.

A Alemanha, que ostenta a presidência rotativa do G7 – grupo dos países mais industrializados que reúne também Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão, França e Itália – pretende que a ocasião permita uma conversa franca entre os membros e nem sequer prevê que a reunião de Dresden termine com um comunicado comum.

“O objetivo é promover um diálogo muito aberto sobre temas importantes. Queremos evitar disputas sobre a última vírgula (do comunicado final) e focar-nos em debater sobre a escolha da direção e os mecanismos adequados”, afirmaram fontes do Ministério das Finanças alemão em entrevista coletiva.

Eliminando esta pressão, segundo alguns analistas, será possível evitar tensões entre os membros do G7 em um momento no qual este fórum está em interdição por sua perda de relevância frente ao auge dos países emergentes e o enfrentamento do Ocidente com a Rússia por causa de Ucrânia.

De fato, persistem as diferenças entre os membros do G7 em assuntos-chave, desde como reativar o crescimento – por meio de impulsos públicos e monetários ou reformas- até como enfrentar o surgimento da China, passando por como responder à beligerância da Rússia, que foi temporariamente expulsa do G8 pela anexação da península ucraniana da Crimeia.

Um dos âmbitos nos quais o acordo parece mais simples é no do reforço da cooperação internacional para estrangular os mecanismos de financiamento do terrorismo jihadista, com o ponto de mira fixado no Estado Islâmico (EI), que domina grandes áreas de Síria e Iraque.

Atendendo a uma proposta francesa, o G7 pretende melhorar a coordenação além da fronteira para o bloqueio simultâneo de ativos terroristas e fechar vazios legais neste âmbito a fim de dificultar o financiamento do EI, que está recorrendo a moedas virtuais e à comercialização de artesanato antigo.

A reunião de Dresden também quer fazer avançar a “agenda impositiva comum” para melhorar a “troca automática de informação fiscal” entre os países do G7 e evitar assim a fraude e a evasão, assim como os truques contábeis aos quais recorrem muitas multinacionais para reduzir ao máximo sua carga de impostos.

Além disso, o encontro abordará os vazios legais que persistem na legislação financeira internacional, já que a Alemanha segue empenhada desde 2008 em regular todo ator, todo mercado e todo produto.

Por sua vez, a China está presente no G7 por dois motivos: o lançamento de seu Banco de Investimentos e Infraestruturas da Ásia (AIIB), que os EUA veem como rival do Banco Mundial, e a possível inclusão do renminbi (iuane) na cesta de divisas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em ambos casos parece que a Europa é mais favorável a uma aproximação pragmática à China do que Washington, embora ninguém queira pôr em perigo a conexão transatlântica.

Embora não esteja no programa, a Grécia também estará na agenda, principalmente pela extrema necessidade de liquidez de Atenas, a falta de acordos entre o governo grego e seus credores e as crescentes especulações nos mercados sobre sua saída da zona do euro.

Vários dos principais atores neste assunto estarão em Dresden, entre eles a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde; o responsável do Eurogrupo, Jeroem Dijsselbloem; o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi; e o comissário europeu de Economia e Finanças, Pierre Moscovici.

O encontro de Dresden é encarado também como uma preparação para a cúpula do G7 que acontecerá nos dias 7 e 8 de junho no palácio de Elmau, em Garmisch-Partenkirchen, no sul da Alemanha. EFE

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