G7 chama eleições presidenciais na Síria de “farsa”
Bruxelas, 4 jun (EFE).- Os líderes do G7 qualificaram nesta quarta-feira as eleições presidenciais na Síria como uma “farsa” e afirmaram “não haver futuro” para Bashar al Assad, como mostra um comunicado que deve ser aprovado pelos sete países mais ricos do mundo e ao qual a Agência Efe teve acesso.
“Denunciamos a farsa das eleições presidenciais de 3 de junho: não há futuro para Assad na Síria”, diz a mensagem assinada por Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Canadá e Japão após o jantar do G7, dedicado à política externa.
“Novamente respaldamos o comunicado de Genebra, que exige que um dirigente de transição, escolhido por consenso mútuo, assuma com plenos poderes executivos baseado na visão de uma Síria unida, inclusiva e democrática”, aponta o documento.
A eleição presidencial aconteceu na terça-feira e contou com três candidatos: o presidente Bashar al Assad, o deputado da oposição tolerada Maher Abdel Hafez Hayar e o ex-ministro Hassan Abdullah al Nouri.
A votação aconteceu somente nas áreas sob controle do regime de Damasco, onde Assad, no poder desde 2000, foi reeleito com 88,7% dos votos nas eleições.
O G7 está “profundamente preocupado” com as informações que apontam para o “uso repetido de agentes químicos” pelo regime de Damasco e exigirá que “todas as partes cooperem plenamente com a missão de investigação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ)”.
O G7 quer que a Síria garanta “a rápida mudança” para fora do país árabe do resto da reserva de armas químicas para que possam ser eliminadas.
Os líderes dos sete países mais ricos do mundo condenam a “brutalidade” do regime de Assad, que caracteriza um conflito que já matou mais de 160 mil pessoas e deixou outras 9,3 milhões dependentes da ajuda humanitária internacional.
A violação do Direito Humanitário Internacional e “o uso indiscriminado de artilharia e de bombardeios aéreos” pelo regime sírio serão condenados.
O G7 lamentou ainda o veto da Rússia e da China de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorizaria a transferência da atribuição da situação síria ao Tribunal Penal Internacional (TPI) e exigiria a prestação de contas por “graves e contínuos crimes” cometidos no país árabe.
Os líderes das sete maiores potências do mundo afirmam “ter provas de que grupos extremistas cometeram graves abusos dos direitos humanos”, e reiteraram que “todos os responsáveis devem responder por seus atos na Justiça”.
Eles elogiaram o compromisso da Coalizão Nacional e do Exército Livre da Síria de respeitar o Direito Internacional, e reafirmaram o compromisso de apoiar os países vizinhos à Síria que foram afetados com “o aumento de fluxo dos refugiados sírios”.
O descumprimento por Damasco da resolução da ONU sobre assistência humanitária foi criticado pelo grupo, que pede ainda que todas as partes envolvidas no conflito permitam o acesso a ajuda, dentro da fronteira e nas áreas de conflito.
O G7 também pedirá à comunidade internacional que contribua com as “enormes necessidades de financiamento” que a ajuda humanitária na Síria e nos países vizinhos requerem.
Por último, “concordam em intensificar os esforços para combater a ameaça derivada dos combatentes estrangeiros que viajam à Síria” quando retornarem aos países de origem. EFE
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