Gabinete de Humala é suspenso novamente após abstenção Congresso

  • Por Agencia EFE
  • 21/08/2014 21h23

Lima, 21 ago (EFE).- O presidente peruano Ollanta Humala enfrenta uma nova crise depois que pela segunda vez neste ano seu gabinete ficou em suspenso, após o Congresso não outorgar o voto de confiança à primeira-ministra Ana Jara, o que implica em uma nova votação na sexta-feira.

O presidente do Peru, Ollanta Humala, confiou hoje que o Congresso dê amanhã seu voto de confiança a Ana Jara, a sexta titular do gabinete em seu governo.

“Confio que, uma vez que baixar os ânimos, o Congresso tomará uma decisão em função dos interesses nacionais”, apontou o líder desde Cajamarca.

Humala disse à imprensa que “cumprimos com o dever constitucional, e estamos à espera do Congresso fazer sua parte”, em referência à exposição que Jara fez ontem sobre o plano de governo para receber a confiança do parlamento.

O Congresso do Peru decidirá de novo na sexta-feira se outorga o voto de confiança a Ana Jara, depois que nesta quinta-feira, em uma primeira votação, se absteve após uma jornada de debates que se prolongou até a madrugada de hoje.

Apesar de contar com o apoio majoritário da bancada governista do partido Gana Perú e do partido Perú Possível, do ex-presidente Alejandro Toledo, Jara só recebeu o apoio de 50 legisladores, enquanto 63 decidiram se abster e um votou contra.

Para que Jara tome a posse, os votos a favor têm que superar as abstenções e as opções contra.

O anterior gabinete ministerial presidido por René Cornejo necessitou em março de uma terceira votação do Congresso e de reuniões reservadas para conseguir o voto de confiança.

A oposição exigiu hoje a Jara, que disse não se sentir derrotada após não conseguir o voto de confiança do Congresso, promessas e mudanças concretas na política do governo, o que implica em ajustes no Gabinete.

Além disso, os opositores questionaram a meta de crescimento superior a 4% anunciada para este ano e também pedem a renúncia do ministro da Economia, Luis Miguel Castela.

De acordo com o artigo 130 da Constituição Política do Estado, “dentro dos 30 dias após ter assumido suas funções, o Presidente do Conselho de Ministros vai ao Congresso, em companhia dos demais ministros, para expor e debater a política geral do governo e as principais medidas que requer sua gestão”.

Se o parlamento não outorgar esse respaldo, haverá uma “crise total” do Gabinete, e isso fará com que Humala nomeie novo, segundo o artigo 133 da Constituição. EFE

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