Garoto afogado é um em 13 milhões de crianças refugiadas; o mundo está comovido, mas o que vai mudar?

  • Por Jovem Pan
  • 04/09/2015 13h00
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Corpo sem fina de um menino afogado é retirado da costa de Bodrum EFE/Dogan News Agency Crianças em situações de risco preocupam o mundo

A imagem está correndo o mundo. Uma foto do garoto de 3 anos, Aylan Kurdi, mais uma vítima, agora não anônima, da guerra, da devastação, da fome, situações que afligem várias partes do mundo.

O fato é que, apesar do impacto da foto e a consternação que ela gerou, essa situação não é novidade. As crianças são, como sempre, as mais vulneráveis em uma situação de guerra. Imagens de menores que eram refugiados nos anos 1980 e 1990 comoveram o mundo. E hoje, novamente, crianças do Afeganistão fazem essa peregrinação em busca de uma vida melhor. Ao menos para sobreviverem à guerra e ao fanatismo religioso.”Eu já vi tanta imagem de criança refugiada de guerra, e da fome, em alguns momentos anteriores à internet”, afirma o comentarista internacional Caio Blinder. “Vimos aquelas imagens de crianças esquálidas em Biafra, depois na Somália, na guerra civil de Ruanda, também no Afeganistão.”

Na guerra civil da Síria, 25% dos refugiados são crianças com menos de 11 anos. No mundo, segundo dados da Unicef, mais de 13 milhões de crianças deixam de frequentar as escolas por causa de conflitos e guerras no Oriente Médio. Isso representa quatro em cada dez pequenos sem educação formal nos países mais afetados.

Ainda de acordo com o relatório da Unicef, mais de 8.850 escolas na Síria, Iraque, Iêmen e Líbia não podem receber alunos por terem sido destruídas, danificadas, por abrigarem desalojados ou ainda por terem sido ocupados por combatentes.

A situação só tende a piorar. “Porque a gente não vê solução nesses conflitos, na Síria, no Iraque, onde nós temos grupos terroristas islâmicos decepando, ditaduras sanguinárias”, afirma Blinder. Ou seja, não há uma solução política e o mínimo que o mundo espera nesse momento é uma solução humanitária diante dessas cenas atrozes.

Para Blinder, nessas horas também é preciso alertar sobre o perigo da comoção instantânea. A internet é capaz de criar esse fenômeno: no momento imediato todos ficam comovidos, as imagens são compartilhadas nas redes sociais, mas depois a gente esquece. “Minutos, horas depois, já surge uma outra imagem, seja de tragédia, seja de alguma banalidade”, afirma. “E a vida é tocada por todos nós, esquecendo essa situação que devia ser cristalizada, de crianças vulneráveis em todas as partes do mundo por essas situações de fome, guerra e privação econômica.”

O que eu posso fazer? 

A Unicef, órgão das nações unidas (ONU) que promove os direitos das crianças, aceita doações por meio de seu site. As contribuições podem ser feitas por meio de valores fixos ou uma quantia aberta.

A associação ChildFund e a Visão Mundial (World Vision) também ajudam os indefesos promovendo o apadrinhamento financeiro, e atuam inclusive no Brasil. Os valores são mensais e estão na casa dos R$ 50.

 

 

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