General Hafter amplia ofensiva e bombardeia aeroporto de Trípoli

Trípoli, 3 mar (EFE).- O general sublevado Khalifa Hafter, chefe do exército líbio leal ao governo reconhecido em Tobruk, ampliou nesta terça-feira sua ofensiva com um bombardeio contra o aeroporto internacional de Maitiqa, em Trípoli, e posições das milícias islamitas leais ao governo rebelde estabelecido na capital.

Segundo informaram à Agência Efe fontes de segurança em Trípoli, o ataque com bombas não causou vítimas, mas provocou grandes danos em uma área próxima à pista de aterrissagem e em posições da brigada de Al Naklia, que faz parte das milícias islamitas Fayer Líbia (Amanhecer da Líbia).

O aeroporto de Maitiqa era originalmente uma base militar, mas foi habilitado como aeroporto civil após os graves danos que o aeroporto Internacional de Trípoli sofreu em 2011 durante a revolta contra o regime ditatorial de Muammar Kadafi.

Em declarações à agência local “WAL”, o prefeito da cidade Souq al Yumuaa, vizinha ao local do ataque, Hisham Bne Yunes, disse que o objetivo das forças de Hafter era inutilizar a pista principal do aeroporto de duplo uso, civil e militar, “o que não foi alcançado”.

A agência afirmou que o aeroporto de Maitiqa tinha retomado os voos para a Turquia na segunda-feira, após mais de dois meses de inatividade, e hoje mesmo tinha chegado um voo da companhia Líbia Airlines procedente de Istambul.

O ataque aconteceu um dia depois de Hafter ser designado novo chefe do Estado-Maior do exército líbio, sob o comando do governo internacionalmente reconhecido estabelecido na cidade de Tobruk.

A decisão foi adotada pelo presidente do Executivo, Akila Saleh, após consultar o alto comando do exército regular líbio, informou Aisa al Aribi, porta-voz do “Conselho dos Deputados”, que foi expulso para Tobruk.

Os analistas consideram que a designação de Hafter, ex-membro do exército de Kadafi que depois se tornou um opositor no exílio, é um novo empecilho ao processo de paz apoiado pela ONU, que será retomado na quinta-feira no Marrocos. EFE