General Motors pagará multa de US$ 900 milhões nos EUA por defeitos em carros

Washington, 17 set (EFE).- A General Motors (GM) foi condenada a pagar uma multa de US$ 900 milhões às autoridades federais dos Estados Unidos pelo defeito no sistema de ignição de 2,6 milhões de veículos que causaram pelo menos 124 mortes, informou a justiça nesta quinta-feira.

O valor da multa está nos documentos divulgados em Nova York pelo promotor Preet Bharara, que fará hoje uma entrevista coletiva para dar detalhes do caso.

O jornal “Detroit News” havia antecipado ontem que a GM, maior fabricante automobilístico do país, aceitou um acordo em que será acusado de dois delitos e submetido a um controle por uma entidade independente.

“As partes deste acordo resolveram alegações complicadas sem a carga, a despesa e a incerteza do litígio”, afirmou o vice-presidente executivo da GM, Craig Glidden, em comunicado.

Glidden acrescentou que a companhia computará em sua conta uma despesa de US$ 575 milhões no terceiro trimestre do ano em consequência do acordo.

Há poucas semanas o advogado Kenneth Feinberg, contratado pela GM para uma auditoria que estabeleceu de forma independente quais pessoas receberão indenização pelo defeito, encerrou seu trabalho.

Em 24 de agosto, Feinberg anunciou que, após meses de trabalhos, o fundo de indenização da GM reconhecerá 399 processos, 124 por morte, 17 por lesões muito graves e 258 por lesões graves.

Ao mesmo tempo, Feinberg rejeitou 349 solicitações de indenização morte, 262 por lesões muito graves e 3.333 por lesões graves.

Em 2014 a GM reconheceu publicamente a existência do defeito e após uma investigaçãointerna determinou que havia funcionários da companhia que sabiam do problema há uma década.

Ao mesmo tempo, a companhia estabeleceu um fundo para compensar as vítimas.

O defeito do sistema de ignição afetou modelos produzidos pelas marcas da GM antes da criação da nova General Motors em 2009, e provoca a desativação involuntária e repentina do motor do veículo, o que desliga os airbags.

Em maio deste ano, a GM já havia fechado um acordo com a Administração Nacional para a Segurança na Estrada dos Estados Unidos (NHTSA) para pagar uma multa de US$ 35 milhões por ocultar durante anos a informação sobre o defeito. EFE