Genro de Bin Laden é condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h24
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Nova York, 23 set (EFE).- Um juiz federal de Nova York condenou nesta terça-feira Suleiman abu Ghaith, genro de Osama bin Laden, à prisão perpétua por ter sido declarado culpado por atos terroristas, confirmou à Agência Efe um porta-voz da Promotoria.

Abu Ghaith, um imã kuwatiano casado com uma filha do ex-líder da rede terrorista Al Qaeda, foi condenado pelo juiz federal Lewis Kaplan por conspirar para assassinar americanos e conspirar para dar apoio material a um grupo terrorista.

O genro de Osama bin Laden, que foi extraditado no ano passado após ser detido em um voo entre Turquia e Jordânia, é a maior figura vinculada à Al Qaeda julgada nos Estados Unidos desde os ataques de 11/9.

O fato de ter sido julgado em um tribunal federal e não em um tribunal militar na base naval de Guantánamo ( Cuba ) foi interpretado como uma mudança de política da Casa Branca com relação a como encarar os processos contra responsáveis da Al Qaeda.

O julgamento teve seu momento culminante quando o próprio Abu Ghaith subiu para prestar seu depoimento, algo que surpreendeu a todos, ao ser pouco habitual em julgamentos por terrorismo.

Nessa declaração, Abu Ghaith, reconheceu que foi convocado na noite de 11 de setembro de 2001 a uma caverna das montanhas do Afeganistão, onde seu sogro perguntou sua opinião sobre os atentados.

O acusado disse que sua resposta foi que se os Estados Unidos provassem que os atentados eram obra da Al Qaeda, “não parariam” até conseguir duas coisas: “matar Bin Laden e derrubar o regime talibã” no Afeganistão.

Abu Ghaith reconheceu que nas semanas seguintes participou da gravação de vários vídeos, tanto com Bin Laden como com seu “número dois”, o egípcio Ayman al-Zawahiri (considerado o atual líder da Al Qaeda).

Em um desses vídeos, ele advertiu que uma “tempestade de aviões” cairia sobre o solo americano, mas em seu testemunho assegurou que nessa participação nas gravações se limitou a dizer as palavras que seu sogro indicava.

Abu Ghaith assegurou que não estava a par dos planos da Al Qaeda de cometer atentados terroristas e negou ter participado da preparação de ataques contra os Estados Unidos.

Além disso, o acusado assegurou que nunca se transformou em um membro da Al Qaeda, mas reconheceu que, como imã, pronunciava discursos de caráter religioso perante os combatentes islâmicos que se formavam em campos de treinamento no Afeganistão. EFE

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