Golpistas libertam primeiro-ministro de Burkina Fasso

  • Por Agencia EFE
  • 22/09/2015 04h40

Ouagadogou, 22 set (EFE).- O primeiro-ministro de transição de Burkina Fasso, Isaac Zida, foi libertado nesta terça-feira pelos militares que o capturaram na última quarta-feira junto ao presidente interino do país, Michel Kafando, antes de procederem com um golpe de Estado.

“O primeiro-ministro Zida foi libertado”, informaram hoje fontes próximas ao governante para a emissora de rádio local “Omega”.

O presidente já tinha sido libertado na sexta-feira passada pelo Conselho Nacional para a Democracia (CND), a instituição que está por trás do golpe impulsionado por uma facção do exército, a guarda presidencial.

Ontem, Kafando buscou refúgio na embaixada da França em Ouagadogou, depois que as tropas do exército burquinês chegaram à capital para obrigar aos golpistas a se renderem.

Horas depois, o primeiro-ministro Zida também foi libertado dentro das negociações abertas com mediadores para devolver a paz ao país africano.

A junta golpista se comprometeu ontem a devolver o poder ao governo de transição de Burkina Fasso após um acordo apoiado por mediadores regionais, pouco depois que o exército ordenou a todas as suas tropas que marchassem rumo à capital para acabar com a sublevação.

Após cinco dias de tensão e um princípio de acordo conseguido com mediação da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao), o exército de Burkina Fasso decidiu tomar uma posição na crise e decretou a mudança de todas suas unidades para Uagadugu.

O objetivo deste reagrupamento, segundo um comunicado divulgado pelos chefes das Forças Armadas, é desarmar a Guarda Nacional – facção que protagonizou o golpe – “sem derramamento de sangue”.

A cúpula militar exigiu que os cerca de 1.500 efetivos que compõem esta unidade de elite deponham as armas “imediatamente” e se entreguem em troca de proteção para eles e suas famílias.

Apenas duas horas depois que se iniciaram os movimentos de tropas nas diferentes províncias do país, o general Dienderé se comprometeu a devolver o poder a seus legítimos representantes através de um acordo mediado pela Cedeao.

Este acordo começou a ganhar corpo no domingo e implica em um adiamento das eleições legislativas e presidenciais de 11 de outubro para, no mais tardar, 22 de novembro, e a eliminação do veto à candidatura de simpatizantes de Compaoré.

O golpe de Estado, o sexto na história de Burkina Fasso desde que conquistou sua independência em 1960, truncou a transição democrática no país africano, iniciada em novembro do ano passado com a queda do ex-presidente Compaoré, que ficou 27 anos no cargo. EFE

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