Governador de Porto Rico pede unidade para ilha superar crise econômica
San Juan, 25 jul (EFE).- O governador de Porto Rico, Alejandro García Padilla, pediu neste sábado unidade para a ilha superar a profunda crise econômica que sofre há cerca de oito anos, com uma dívida que chega hoje a US$ 73 bilhões.
García Padilla aproveitou o evento de comemoração do 63º aniversário da Constituição do Estado Livre Associado de Porto Rico para afirmar que a prioridade de seu Executivo é sair da crise, por isso pediu que, por enquanto, seus cidadãos deixem de lado o debate sobre a relação política com os Estados Unidos.
“Herdamos uma crise colossal que nenhum governo já herdou. Temos que atendê-la para poder desenvolver ao máximo o Estado Livre Associado”, disse García Padilla, ressaltando as prioridades que seu o Executivo tem pela frente.
“Para antecipar qualquer fórmula de status temos que continuar a reduzir o crime e o desemprego, além de lidar com a crise herdada”, destacou García Padilla.
Ele considerou necessário reconhecer que “o Estado Livre Associado tem que crescer”, após assegurar que não acredita que judiciário federal negue a Porto Rico a capacidade de legislar para reestruturar sua dívida.
“Não pode ser que o Executivo federal se negue a nos tratar em igualdade de condições em um programa como o Medicare – de assistência sanitária pública – para o qual pagamos em igualdade de condições”, assinalou García Padilla.
García Padilla ressaltou que a fórmula de Estado Livre Associado aos EUA concilia duas das grandes aspirações do povo de Porto Rico, a proteção da identidade nacional e a manutenção de uma relação estreita, em união permanente, com o país americano.
“Com esse espírito de unidade, ponto de partida de todo um país há 63 anos, e com as vantagens únicas do Estado Livre Associado, o povo de Porto Rico alcançou muito”, cotou.
“Industrializamos o país, nivelamos as diferenças econômicas até chegar a ter uma classe média robusta e pujante”, afirmou.
O discurso de hoje de García Padilla estava cercado de grande expectativa diante da possibilidade de o chefe do Executivo anunciar o começo de um processo político para enfrentar o assunto da mudança do status político da ilha caribenha.
As palavras de García Padilla deixaram claro que sua prioridade é fortalecer o atual Estado Livre Associado ligado aos EUA e combater a crise e a enorme dívida que reconheceu publicamente há semanas que não poderá honrar.
Porto Rico é um Estado Livre Associado aos EUA desde 25 de julho de 1952, e em 2012, coincidindo com as eleições para governador, foi realizado um plebiscito sobre o status político da ilha.
Na consulta, 54% dos eleitores rejeitaram o atual status, e em uma segunda pergunta 61,1% defenderam a anexação, 33,3% o chamado Estado Livre Associado soberano – uma fórmula difusa que significa maior autonomia – e o 5,5% pela independência.
Porto Rico é um território americano não incorporado, que graças a sua constituição desfruta de um importante grau de autonomia, embora seja dos Estados Unidos a responsabilidade pelo controle de fronteiras, defesa, moeda e relações diplomáticas, entre outros.
Seu particular status político impede a ilha de se adequar a lei federal americana de falência que permitiu a Detroit, por exemplo, reestruturar sua dívida. EFE
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