Governador de Utah autoriza fuzilamento como método de execução

  • Por Agencia EFE
  • 23/03/2015 23h52

Austin (EUA), 23 mar (EFE).- O governador de Utah, Gary Herbert, assinou nesta segunda-feira a polêmica lei que reinstaura o uso de um pelotão de fuzilamento para executar os presos condenados a morte nesse estado americano, caso não disponha de injeções letais.

Os legisladores de Utah tinham relegado este método de execução em 2004, mas voltaram a aprová-lo há duas semanas com o apoio das maiorias republicanas no Senado e na Câmara dos Representantes para fazer frente à cada vez mais difícil obtenção de injeções letais.

A nova norma dita que a injeção letal segue como método preferencial, mas caso não haja provisões, se recorrerá ao uso de um pelotão de fuzilamento ao invés de suspender temporariamente a execução, como está acontecendo em outros estados.

“Os que se opuseram a este projeto de lei são os mesmos que se opõem à pena de morte, e essa decisão já está tomada em nosso estado”, disse em comunicado Marty Carpenter, uma porta-voz do governo.

“Lamentamos que alguém cometa um homicídio agravado que mereça a pena de morte, e preferimos utilizar a injeção letal com sentenças deste tipo. No entanto, quando um juiz assina uma ordem de execução, cumpri-la é uma obrigação para o Poder Executivo”, acrescentou.

Desde que a pena capital foi reinstaurada nos Estados Unidos em 1976, apenas três dos 1.404 presos executados foram fuzilados; dois em Utah e um em Oklahoma.

Utah é, de fato, o último estado que executou um condenado à morte por fuzilamento: foi o caso de Ronnie Lee Gardner em 2010, que optou voluntariamente por esse método.

Embora o estado tenha decretado em 2004 a injeção letal como método prioritário, os condenados a morte antes desse ano ainda podem escolher se preferem o fuzilamento.

Em 2011 os estados americanos começaram a ter problemas com a provisão das substâncias usadas nas injeções depois que a empresa americana Hospira deixou de produzir o componente essencial da mistura.

Desde então foram testadas fórmulas novas, que no ano passado falharam em três ocasiões provocando sofrimento prolongado nos condenados antes da morte.

Além dos problemas de provisão, a Suprema Corte dos Estados Unidos estuda a legalidade do uso do midazolam, a substância que falhou em 2014, motivo pelo qual as execuções em estados como Oklahoma, Flórida e Ohio estão temporariamente suspensas. EFE

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