Governistas cubanos deixam fórum por causa de presença de dissidentes

  • Por Agencia EFE
  • 08/04/2015 19h52
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Panamá, 8 abr (EFE).- O fórum da sociedade civil prévio à VII Cúpula das Américas começou nesta quarta-feira precedido por um ato de protesto da delegação oficial de Cuba, que decidiu abandonar a inauguração por causa da presença de “mercenários” e “terroristas”, em referência aos dissidentes.

“A delegação revolucionária cubana, a verdadeira sociedade civil, abandona a sala porque não podemos estar no mesmo lugar que terroristas de uma suposta sociedade civil que não é a nossa, que é paga e manipulada”, disse Luis Morlote, presidente da Associação Irmãos Sainz.

A decisão de deixar a inauguração do fórum aconteceu após um protesto que durou mais de uma hora e atrasou a abertura do evento, no qual os delegados das organizações governistas cubanas cantaram diversos hinos contra os dissidentes, como “que saiam” e “abaixo os vermes”.

Também lançaram gritos de “mercenário” ao dissidente cubano Manuel Cuesta Morúa, líder do grupo Arco Progressista, quando ele estava prestes a entrar no salão do Fórum da Sociedade Civil.

Não faltaram também não palavras de ordem “antiimperialistas” e “vivas” a Cuba, Venezuela, Fidel Castro e Hugo Chávez durante a manifestação.

De Havana, o vice-presidente cubano, Miguel Díaz-Canel afirmou hoje que para Cuba é “inadmissível” compartilhar espaços de debate nos foros sociais da cúpula do Panamá com dissidentes, que qualificou como “representantes não legítimos da sociedade civil cubana e mercenários do império”.

A delegação cubana não descartou voltar às mesas do Fórum da Sociedade Civil, mas sob a mesma condição de não participar com dissidentes, cuja inclusão no evento foi qualificada por Morlote de “irresponsabilidade dos organizadores”.

O protesto dos governistas cubanos foi precedido da queixa já feita à imprensa quando chegaram ao Panamá nessa terça-feira, quando criticaram a presença de “mercenários” e “terroristas”.

Os governistas cubanos denunciaram nesta quarta-feira a presença no Panamá do ex-agente de inteligência americano Félix Rodríguez, envolvido na captura de Che Guevara na Bolívia.

O fórum da sociedade civil foi inaugurado pelo presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, e pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza. EFE

sam/cd

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