Governo argentino desqualifica relatório sobre aumento da pobreza no país
Buenos Aires, 15 jul (EFE).- O chefe de Gabinete argentino, Aníbal Fernández, rotulou nesta quarta-feira de “falacioso” o relatório da Universidad Católica Argentina (UCA) que situa o índice de pobreza do país em 28,7% da população.
“Não está perto da realidade e o cálculo é péssimo. Não há nenhuma possibilidade de representar realmente o que acontece na Argentina”, disse Fernández aos meios de comunicação ao ser consultado pelo Barômetro da Dívida Social elaborado pela UCA.
Para justificar a ausência de estatísticas oficiais sobre esta problemática desde a primeira metade de 2013, quando foi informado que a pobreza alcançava 4,7% da população, o chefe de ministros argentino afirmou que “o governo está redefinindo sua forma de medir a pobreza”.
Segundo Fernández, o índice que foi usado até então “estava desatualizado e não era federal”, já que não contemplava os dados de todo o país.
Além disso, lembrou que para o escritório das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), “a Argentina extinguiu a fome e praticamente extinguiu a pobreza”.
“A Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) disse em 2014 que a Argentina baixa a pobreza a 7%”, acrescentou.
Ao contrário do discurso oficial, o Barômetro da Dívida Social divulgado na terça-feira pela UCA “registra um crescimento da taxa de pobreza tanto em lares como em população”.
Segundo o relatório, a pobreza nos lares passou de 18% a 18,3% entre 2013 e 2014, enquanto a incidência da pobreza na população cresceu de 27,4% a 28,7%.
Em tanto, para a UCA a taxa de indigência em lares passou de 3,2% a 3,4%, enquanto a indigência na população aumentou de 5,4% a 6,4%. EFE
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