Governo argentino diz que rascunho de denúncia de Nisman é um “despropósito”
Buenos Aires, 3 fev (EFE).- O governo da Argentina considerou nesta terça-feira “um despropósito” acreditar que na cesta de lixo da casa do promotor Alberto Nisman no dia de sua morte havia um rascunho da denúncia contra a presidente Cristina Kirchner, no qual ele pedia sua prisão.
A promotora responsável pela investigação da morte de Nisman, Viviana Fein, admitiu hoje que foram encontrados rascunhos com o “pedido de prisão da presidente”, como antecipou o jornal “Clarín” no domingo, e explicou que um “erro de interpretação” levou o Ministério Público a ter negado a informação anteriormente.
O rascunho da denúncia, segundo o “Clarín”, está datado de junho de 2014 e não figura no processo que finalmente foi apresentado por Nisman contra Cristina Kirchner, em 14 de janeiro, por suposto encobrimento dos suspeitos iranianos pelo atentado contra a instituição judia Amia, que deixou 85 mortos em 1994.
Nisman morreu quatro dias após apresentar a denúncia contra a presidente, por um tiro na cabeça em sua casa, em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Para o governo, é um “despropósito” pensar que o rascunho esteve na lata de lixo da casa do promotor durante dias.
“Se querem ser benevolentes, (a denúncia) tem o dia 14 de janeiro e ele aparece morto no dia 18, quatro dias sem limpar o apartamento? Isso é um despropósito”, disse hoje o secretário-geral da presidência, Aníbal Fernández.
O chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, afirmou que a revelação do Clarín “faz parte de uma grosseira operação de imprensa” para “ocultar a estratégia de serviços de inteligência que foram deslocados”.
“Isto de ir buscar no lixo sobre eventuais escritos e depois isto não fazer parte da denúncia, não tem cabimento”, disse Capitanich.
Ontem, o funcionário rasgou várias páginas do “Clarín” em sua audiência diária. EFE
mcg/dk
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