Governo argentino nega responsabilidade por abrupta desvalorização do peso

  • Por Agencia EFE
  • 23/01/2014 13h28
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Buenos Aires, 23 jan (EFE).- O chefe de gabinete do governo argentino, Jorge Capitanich, negou hoje que o Executivo seja responsável pela brusca desvalorização do peso em relação ao dólar de ontem, com uma queda de 3,47% em uma só jornada, a maior em mais de uma década.

“Não foi uma desvalorização induzida pelo Estado, mas a livre oferta de demanda que se expressou ontem no mercado”, afirmou Capitanich em uma entrevista coletiva.

A cotação do dólar subiu 24 centavos ontem no mercado de câmbio oficial, até fechar em 7,14 pesos para a venda, o que significou uma das maiores altas em uma só jornada desde março de 2002.

A moeda argentina acumula uma desvalorização de 9,5% desde janeiro e de 18,4% desde que Axel Kicillof assumiu a pasta de Economia, em 21 de novembro.

Economistas e a imprensa especializada atribuíram a abrupta desvalorização do peso a uma tentativa governamental de atualizar a taxa de câmbio, que se encontra atrasado em relação ao valor de mercado, o que prejudica as reservas internacionais, em seu nível mais baixo desde 2006.

O Banco Central argentino tinha afirmado no início de ano que em 2014 manteria a estratégia de “flutuação administrada da taxa de câmbio”, o que a princípio descartaria atualizações bruscas da taxa de câmbio como a ocorrida ontem.

O aumento do preço do dólar oficial uniu-se à escalada que desde o início de janeiro protagoniza a divisa também no mercado negro, onde ontem a moeda atingiu um recorde ao se situar em 12,15 pesos, alta acumulada de 21,5% neste ano.

Em 2010, o governo de Cristina Kirchner restringiu a compra de dólares em uma tentativa de frear a fuga de divisas, o que fez florescer o mercado ilegal de moeda estrangeira.

Os controles sobre as divisas foram se endurecendo progressivamente até que só os argentinos que comprovam que viajarão ao exterior podem conseguir autorização do governo para conseguir moeda estrangeira, mas com um novo imposto adicional. EFE

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