Governo argentino pede “repúdio” contra declaração “imperial” de juiz dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 22/08/2014 11h22
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Buenos Aires, 22 ago (EFE).- O governo da Argentina convocou nesta sexta-feira as forças políticas a “repudiar” a declaração “imperial” do juiz americano Thomas Griesa, quem afirmou que o plano do país para o pagamento local de sua dívida reestruturada é “ilegal”.

Durante sua entrevista coletiva diária, o chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich, afirmou que as “infelizes expressões do juiz Griesa” constituem uma “ingerência indevida de um juiz de outro país à soberania argentina”. Para Capitanich, o juiz merece um “repúdio de caráter coletivo por parte do Congresso”.

“Nós esperamos, obviamente, que de um modo consensual todos os atores políticos e membros do Congresso se expressem sobre esta infeliz, incorreta e até imperial declaração do juiz Griesa”, afirmou.

O chefe de gabinete argumentou que o Congresso argentino “tem as atribuição para o ajuste da dívida interior e exterior” de acordo com a Constituição.

Durante uma audiência convocada ontem, Griesa afirmou que se sentia “consternado” pelo fato da Argentina não realizar consultas legais sobre um projeto de lei que considerou “inválido e ilegal”.

Capitanich reafirmou a postura expressada pelo Ministério da Economia, que ontem criticou que juiz nova-iorquino por tentar “impor condições ao Congresso”, o que qualificou de “um novo excesso de jurisdição e desconhecimento da soberania”.

Griesa mantém bloqueados os fundos que a Argentina depositou em um banco americano para cumprir com suas obrigações de pagamento com os credores que aceitaram as trocas de 2005 e 2010, que significaram grandes reajustes sobre os números originais.

Segundo o juiz, para que a Argentina possa pagar aos credores reestruturados o país deve primeiro desembolsar os US$ 1,3 bilhão, mais juros, que deve aos fundos especulativos que não aceitaram as trocas e denunciaram o país nos Estados Unidos para receber o montante íntegro da dívida.

O governo argentino pretende se esquivar da decisão do juiz e pagar aos seus credores antes do vencimento de dívida, em 30 de setembro. EFE

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