Governo boliviano “fala muito de diálogo, mas não o pratica”, afirma Chile

  • Por Agencia EFE
  • 01/03/2015 13h10

Santiago do Chile, 1 mar (EFE).- O chanceler do Chile, Heraldo Muñoz, considerou que as autoridades bolivianas recorreram às desqualificações no debate público pela reivindicação marítima e assegurou que o governo do país vizinho pede diálogo, mas não dá exemplo a respeito.

“O respeito mútuo é a base elementar de qualquer diálogo. O governo boliviano fala muito de diálogo, mas não o pratica”, disse Muñoz em entrevista publicada neste domingo o jornal “El Mercurio”.

O ministro das Relações Exteriores sustentou que o Chile defendeu sua postura na reivindicação que apresentou à Bolívia para obter uma saída ao mar “com firmeza, mas com respeito às autoridades e ao povo bolivianos”, algo que, na sua opinião, não ocorreu desde o lado boliviano.

“Não houve da parte de nenhuma pessoa do governo um insulto, um epíteto, uma agressão verbal contra os governantes bolivianos. Por outro lado, eles se referiram a nós nos piores termos, desqualificando inclusive a presidente da República”, assinalou Muñoz.

A Bolívia processou em 2013 o Chile perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia para que esse tribunal obrigue o Chile a negociar uma saída soberana ao Oceano Pacífico, que o país andino perdeu em uma guerra no século XIX.

Nas últimas semanas, La Paz aumentou suas ações de comunicação para explicar os fundamentos de sua reivindicação e neste mês, está prevista a visita ao Chile do ex-presidente boliviano Carlos Mesa, que é o porta-voz internacional do requerimento perante a CIJ.

O chanceler chileno considerou que estas ações buscam mostrar que no Chile existe divisão em torno da reivindicação e assegurou que a Bolívia “tem mais confiança em sua campanha que em sua argumentação jurídica”.

Entre 4 e 9 de maio serão realizadas em Haia a audiência oral da objeção preliminar apresentada pelo Chile para que a CIJ se declare incompetente para julgar a reivindicação da Bolívia.

Isso porque o Chile sustenta que os limites entre ambos países ficaram estabelecidos definitivamente em um tratado assinado em 1904 e a CIJ só pode se pronunciar sobre litígios surgidos a partir de sua criação, em 1948. EFE

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