Governo critica em Washington previsões “contraditórias” do FMI
Washington, 11 out (EFE).- O Ministério da Fazenda criticou as previsões “contraditórias” do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia do Brasil, para a qual a organização previu uma forte desaceleração, e recomendou à entidade financeira mundial que considere com mais cuidado e realismo suas análises, em um texto apresentado neste sábado ao Comitê Financeiro e Monetário do FMI.
“As recentes análises sobre o Brasil foram contraditórias. Talvez o FMI necessite considerar com mais cuidado suas análises antes de publicá-las”, disse o ministro Guido Mantega no texto.
A nota faz parte do discurso do Brasil na Assembleia anual do FMI e do Banco Mundial (BM), que acontece em Washington, e na qual o país é representado pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
O FMI reduziu novamente nesta semana a previsão de crescimento econômico do Brasil neste ano, para 0,3% – o que pode representar o crescimento mais baixo da economia brasileira desde 2009 -, após as reduções anteriores, para 1,3%, em junho, e 1,8%, em abril.
Para 2015, a estimativa passou de 1,4% para 0,6%, o que revela um horizonte econômico um tanto pessimista.
No texto apresentado hoje, Mantega, que não viajou a Washington, criticou o fato de o FMI atribuir a forte desaceleração do Brasil à demanda externa, em alguns casos, e à demanda interna em outros, dependendo dos documentos internos consultados.
Além disso, afirmou que as contradições não são apenas com o Brasil, mas também com outras economias emergentes que, destacou, seguem sendo as que mantêm “a economia global flutuando”.
“Estas contradições sobre os mercados emergentes acrescentam incerteza em um momento no qual o mundo está tentando sair da crise mais grave da história recente”, ressaltou o ministro da Fazenda.
Mantega acrescentou que o Brasil solicita “que daqui em diante, o FMI seja mais realista em suas avaliações”.
A assembleia anual do FMI e do BM reuniu nesta semana em Washington os líderes da economia dos 188 países-membros para analisar a recuperação global “desigual”, em palavras de Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI. EFE
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