Governo cubano diz que impacto de embargo econômico superou US$ 1,1 trilhão

  • Por Agencia EFE
  • 09/09/2014 16h46

Havana, 9 set (EFE).- O governo de Cuba denunciou nesta terça-feira a “intensificação sistemática” do embargo econômico dos Estados Unidos, cujo impacto superou US$ 1,1 trilhão (R$ 2,5 trilhões) desde a implantação em 1962.

O vice-ministro de Relações Exteriores, Abelardo Moreno, se referiu ao bloqueio como “ato genocida e vil”, durante apresentação à imprensa. Além disso, o representante do governo cubano ainda destacou que os Estados Unidos tentam a imposição do mesmo procedimento a outros países.

O valor de US$ 1,1 trilhão, estabelecido de acordo com a cotação do ouro, é levemente inferior ao que foi apresentado no ano passado, graças a redução do preço do metal no período entre abril de 2013 e junho de 2014.

A preços correntes, durante todos estes anos, o embargo provocou prejuízos econômicos de mais de US$ 116 bilhões (R$ 266,5 bilhões) para a ilha caribenha, segundo relatório de proposta de resolução que o governo cubano apresentará à ONU em 28 de outubro.

Moreno ainda afirmou que o “caráter extraterritorial” das leis associadas ao embargo impactam diretamente o comércio exterior e a obtenção de investimentos estrangeiros no país.

Os danos ao comércio exterior no período chegam a a US$ 3,9 bilhões, principalmente pela impossibilidade de produtos como rum ou tabaco entrarem no mercado americano.

O caso mais alarmante, no entanto, segundo Moreno, foi a “megamulta” imposta ao banco francês BNP Paribas por realizar transações bancárias com a ilha, que chegou a US$ 8,9 bilhões.

Já os danos que atingem o turismo fazem com que US$ 2 bilhões deixem de ser recebidos, pelo impedimento de americanos entrarem em Cuba.

“Não há um só âmbito da vida diária dos cubanos que esteja isento da ação destruidora e desestabilizadora do bloqueio”, afirmou Moreno.

Segundo o vice-ministro, o embargo representa para Cuba um obstáculo na hora de garantir serviços básicos e gratuitos para a população, como educação e saúde.

O representante governamental ainda lembrou das dificuldades para que as pessoas tenham acesso a internet na ilha, já que os Estados Unidos impedem que as empresas que forneçam sinal em banda larga operem em Cuba. EFE

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