Governo da Moldávia renuncia em bloco após saída do primeiro-ministro
Moscou, 16 jun (EFE).- O governo da Moldávia renunciou nesta terça-feira em bloco após o primeiro-ministro do país, Chiril Gaburici, deixar o cargo na sexta-feira depois de ser citado pelo Ministério Público por uma investigação pela suposta falsificação de seu diploma universitário.
“Devido à saída do primeiro-ministro, o gabinete de ministros apresenta sua renúncia ao parlamento”, diz o documento adotado pelo Executivo, citado por meios de comunicação locais.
A legislação da antiga república soviética estabelece que o Legislativo deverá levar em conta a decisão do governo e que o presidente do país, Nikolae Timofti, terá que assinar o decreto para destituir o Gabinete para, em seguida, nomear um primeiro-ministro interino.
A partir de então serão abertas consultas entre os diferentes grupos parlamentares para formar uma nova coalizão de governo e nomear o novo primeiro-ministro.
Se no prazo de três meses o parlamento não conseguir pactuar um acordo e rejeitar pelo menos duas vezes em votação a candidatura a chefe de Executivo, o presidente poderá dissolver a câmara e convocar eleições antecipadas.
“Não sou um político, sou um gerente. Não quero participar de jogos políticos e que minha educação se transforme em um assunto de escala nacional”, disse Gaburici ao anunciar sua renúncia.
Dias antes, Gaburici tinha advertido que renunciaria se o parlamento e o chefe do Estado não destituísse todos os funcionários da Procuradoria Geral, do Banco Nacional e da Comissão Nacional do Bolsa de Valores, órgãos que o acusam de corrupção.
“O país está corroído pela corrupção, o sistema financeiro sangra, enquanto o preço é pago pelos cidadãos ao invés dos culpados”, disse recentemente durante seu discurso perante o parlamento ao apresentar um relatório sobre seus primeiros cem dias de governo.
O escândalo sobre a autenticidade de seus diplomas explodiu em meados de abril, quando um jornal local denunciou que o primeiro-ministro não tem estudos superiores e tinha falsificado seu diploma.
Após as correspondentes diligências, o ministro do Interior, Oleg Balem, colocou em dúvida a autenticidade do diploma de educação ensino médio de Gaburici e denunciou que “o selo e a assinatura do diretor” do centro que figuram no documento “podem ser falsos”.
Gaburici, de 38 anos, foi designado à frente de um governo europeísta em 18 de fevereiro, com o apoio do Partido Liberal-Democrata (PLD), do Partido Democrata e do Partido Comunista, que somam 60 das 101 cadeiras do fragmentado Legislativo moldávio. EFE
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