Governo da Síria denuncia para ONU ataques israelenses em Golã

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2014 16h40
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Damasco, 23 jun (EFE).- O governo da Síria denunciou nesta segunda-feira em duas cartas encaminhadas à ONU os ataques cometidos por Israel contra seu território na madrugada passada, e que teriam deixado quatro mortos e dez feridos.

A agência de notícias oficial síria “Sana” informou que o Ministério das Relações Exteriores mandou duas mensagens para a Secretaria Geral e o Conselho de Segurança da ONU.

No texto, as autoridades de Damasco explicam que as forças israelenses dispararam com artilharia contra alvos dentro da Síria, e utilizaram cinco aviões que atingiram posições do exército sírio.

O ministério denunciou que os ataques ocorrem em um contexto de apoio israelense a grupos “terroristas armados” que operam na zona de separação estipulada por ambos Estados, nas Colinas de Golã.

Nas cartas, o Executivo sírio exigiu que o Conselho de Segurança da ONU “assuma suas responsabilidades e obrigue o cumprimento de suas resoluções para evitar que Israel continue com suas tentativas incessantes de inflamar a situação e pôr em perigo a paz e a segurança regional e internacional”.

Na opinião do regime de Bashar al Assad, “as agressões israelenses constituem uma violação descarada do acordo de separação e são um apoio aos grupos terroristas que estão ativos na zona do cessar-fogo”.

As autoridades sírias se referem ao pacto assinado entre ambos os estados em 1974 para um fim das hostilidades após a guerra do Yom Kippur, em 1973.

O ministério lembrou que o ataque israelense coincide com a visita à Síria do subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Hervé Ladsous, para inspecionar a situação dos boinas azuis desdobrados em Golã.

Os soldados internacionais são membros da Força das Nações Unidas de Observação da Separação no Golã (UNDOF), estabelecida em 1974 e cujo trabalho é supervisionar a aplicação do acordo entre ambos os países.

Para o regime sírio, “a agressão israelense é, sobretudo, um ato que põe em risco os funcionários da ONU na zona”.

As Forças Armadas israelenses anunciaram hoje que seus aviões atacaram na madrugada passada nove alvos militares na Síria em resposta a um ataque procedente do território sírio, no qual morreu um adolescente israelense na Colinas de Golã.

Os alvos atingidos, de acordo com a informação militar divulgada hoje, incluíram quartéis-gerais militares e plataformas de lançamento do exército sírio.

Israel considerou o ataque contra seu território um ato premeditado e não um incidente fortuito. O projétil atingiu um veículo civil que se encontrava próximo à divisa de Golã, ocupado por Israel desde 1967.

Em declarações à Agência Efe, o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abderrahman, afirmou que pelo menos dez soldados sírios morreram nos ataques da aviação de Israel na madrugada passada.

Trata-se do incidente mais grave que ocorre na Colinas do Golã desde que o conflito sírio começou, em 2011.

Nos últimos anos, vários projéteis e balas perdidas procedentes do território sírio impactaram o lado da divisa controlada por Israel, que não causaram vítimas e foram respondidos pelo exército israelense. EFE

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