Governo da Venezuela e oposição trocam acusações antes de marcha por referendo

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/08/2016 12h14
EFE Venezuela - EFE

Dois dias antes de uma marcha em Caracas para exigir a pronta realização de um referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, crescem na Venezuela as acusações dos governistas sobre supostos atos de violência e também as denúncias da oposição de que seus dirigentes são perseguidos.

A detenção, na véspera, do integrante da Vontade Popular Yon Goicoechea, acusado por um governista de ter em seu poder “cordões detonadores para explosivos”, gerou alarme entre a oposição. “Há um exagero repressivo por parte da cúpula governante”, afirmou, nesta terça-feira, 30, o secretário-executivo da aliança opositora, Jesús Torrealba, ao condenar a prisão de Goicoechea e as buscas em casas de outros dirigentes da Vontade Popular.

No último sábado, 27, o ex-prefeito Daniel Ceballos foi detido. Também dirigente da Vontade Popular, Ceballos foi acusado de tramar sua fuga e, com isso, deixou a prisão domiciliar em que estava.

Torrealba disse que as horas anteriores à marcha marcada para 1º de setembro são de “perigo” e que o governo está “desesperado” diante da severa crise econômica e da queda na popularidade de Maduro, que está na casa dos 20%.

A oposição pretende utilizar a mobilização para impulsionar a coleta, nas próximas semanas, das assinaturas de 20% dos eleitores, necessárias para realizar um referendo revogatório contra Maduro. A oposição aposta em realizar a consulta neste ano, mas o cronograma proposto pelo Conselho Nacional Eleitoral gerou dúvidas de que a votação possa ocorrer antes de 10 de janeiro de 2017. Nessa data se completará mais da metade do mandato de Maduro e, se ele deixar o posto depois disso, os anos seguintes de mandato serão cumpridos pelo vice-presidente.

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