Governo dará benefícios fiscais aos exportadores de etanol e açúcar
Brasília, 10 set (EFE).- O governo vai conceder benefícios fiscais aos exportadores de açúcar e de etanol, dentro do plano Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), anunciou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Segundo Mantega, um decreto será elaborado e os benefícios entrarão em vigor “imediatamente”.
Este ano, os produtores de açúcar e etanol receberão benefícios equivalentes a 0,3% do valor de suas exportações e, a partir do ano que vem, a taxa subirá para 3%.
O Brasil faturou no ano passado US$ 9,163 bilhões nas exportações de açúcar bruto, produto que ficou em quarto lugar na lista de vendas internacionais do país, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os exportadores brasileiros também faturaram US$ 2,678 bilhões pelas vendas de açúcar refinado e mais US$ 1,868 bilhão em etanol.
Mantega disse que a medida “vai ajudar os exportadores, porque barateia a exportação brasileira e compensa uma eventual valorização do câmbio”.
As medidas foram anunciadas nesta quarta-feira, um dia depois que Mantega se reuniu com a presidente da União da Indústria da Cana- de-Açúcar (Unica) e representantes das usinas.
A Unica informou em comunicado que o governo também anunciou a criação de linhas de financiamento em condições diferenciadas para a construção de armazéns de açúcar no país.
Essas medidas foram consideradas “importantes” pela Unica, mas “insuficientes para enfrentar a grave crise sofrida pela indústria canavieira”.
O setor necessita de “uma visão de longo prazo, principalmente no que se refere ao etanol e à biomassa, com políticas públicas claras, estáveis, consistentes e que possibilitem a recuperação da competitividade do setor e um ambiente propício a novos investimentos”.
O setor acumula vários anos de colheitas ruins devido ao clima, além do encarecimento dos custos e dos problemas de comercialização pelo controle do preço da gasolina exercido pelo governo. EFE
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