Governo de centro-esquerda sueco convoca eleições antecipadas para março

  • Por Agencia EFE
  • 03/12/2014 15h49

Copenhague, 3 dez (EFE).- O primeiro-ministro sueco, o social-democrata Stefan Löfven, anunciou nesta quarta-feira, após dois meses no poder, a convocação de eleições antecipadas para 22 de março, minutos depois que o parlamento reduziu seus orçamentos para o próximo ano.

“A Suécia está em uma situação difícil”, disse Löfven, que criticou a oposição de centro-direita por não querer renegociar os orçamentos e não assumir sua “responsabilidade” para frear a influência do ultradireitista Democratas da Suécia (SD).

O Riksdag (parlamento sueco) reduziu os orçamentos do governo e aprovou a iniciativa da Aliança de centro-direita por 182 a 153 votos, graças ao apoio do SD, a terceira força do país.

A SD rompeu assim a prática habitual na Suécia de se abster em uma votação orçamentária quando há um governo em minoria.

Löfven, que ofereceu um renegociamento dos orçamentos rejeitado pela Aliança, disse que não realizará nenhuma aproximação com a oposição antes das eleições e que manterá seu pacto com o Partido do Meio Ambiente, seu parceiro no poder.

“Formamos um governo, temos orçamentos e iremos às eleições com eles”, afirmou em entrevista coletiva conjunta com o porta-voz ecologista Gustav Fridolin.

Após a votação contra do parlamento, Löfven tinha duas opções: apresentar sua renúncia, com a qual seria necessário o início de uma nova rodada de consultas do presidente do parlamento com todos os líderes dos partidos, ou a convocação de eleições antecipadas.

A legislação sueca estabelece que não é possível convocar eleições até após três meses no poder e a partir daí, em um prazo não superior a outros três, daí a data escolhida.

A crise do governo sueco é uma consequência de sua precária situação parlamentar após o apertado triunfo nas eleições de setembro.

Os social-democratas e o Partido do Meio Ambiente somam 138 das 349 cadeiras do Riksdag, frente a 21 do Partido da Esquerda, seu parceiro externo, 141 da Aliança e 49 do Democratas da Suécia.

Löfven foi eleito primeiro-ministro há dois meses graças à abstenção dos deputados da Aliança.

A extrema-direita tinha comunicado ontem que votaria a favor dos orçamentos da centro-direita em resposta a sua exclusão das negociações parlamentares.

O líder interino da extrema-direita, Mattias Karlsson, fez hoje uma chamada ao diálogo, embora tenha avisado que seu partido reduzirá todos os orçamentos futuros que não incluem uma mudança na política de imigração sueca, uma das mais abertas da Europa. EFE

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