Governo do Mali e grupos armados se reunirão em julho em Argel

  • Por Agencia EFE
  • 16/06/2014 16h12
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Argel, 16 jun (EFE).- O governo do Mali e seis movimentos armados do norte do país concordaram iniciar em Argel, no mês de julho, os primeiros contatos diretos dirigidos a alcançar um acordo de paz, informou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores da Argélia, Ramtan Lamamra.

Lamamra, que não deu uma data precisa para o início destas negociações, realizou o anúncio durante uma entrevista coletiva após o encerramento da terceira reunião de alto nível dos países do Sahel sobre o processo de diálogo malinês, realizada na capital argelina.

“A primeira etapa do diálogo nacional do Mali começará em julho na Argélia entre o governo do Mali e os seis movimentos (do norte do país), com a mediação argelina e a ajuda de todos os países e as organizações que hoje se reuniram em Argel”, disse Lamamra.

No encontro de hoje participaram responsáveis da Mauritânia, Níger, Chade e Burkina Fasso, assim como o representante especial do secretário-geral da ONU para o Mali, Albert Koenders, e o enviado especial da União Africana para Mali e o Sahel, Pierre Buyoya.

Este anúncio ocorre pouco depois que seis movimentos rebeldes do norte do Mali decidiram em 9 e 14 de junho, graças aos bons ofícios de Lamamra, estabelecer os fundamentos comuns para avançar rumo a um diálogo direto com Bamaco.

Trata-se do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), o Alto Conselho da União de Azawad (ACUA), duas facções do Movimento Árabe de Azawad (MAA), a Coordenação pelo Povo de Azawad (APC) e a Coordenação de Movimentos e Frentes Patrióticos de Resistência (CM-FPR).

Lamamra, que atuou como mediador tanto entre os grupos rebeldes como entre estes e as autoridades malinesas, indicou que nos próximos dias será desenhado um calendário e um roteiro e serão estabelecidas “medidas de confiança entre as duas partes”.

Lamamra mostrou sua esperança de que outros movimentos se unam às conversas, que, comentou, em uma segunda etapa se transferirão a Mali.

Para o ministro de Reconciliação malinês, Zahabi Ould Sidi Mohammed, que expressou seu otimismo após o encontro, “foram reunidas as condições para desbloquear esta situação”.

“Necessitamos de paz para reforçar nossas instituições e nossa democracia e para que o Mali seja um dos países emergentes da África do Oeste”, declarou Sidi Mohammed.

Durante a reunião, Koenders tinha destacado “a vontade de todas as partes de se envolver nas negociações” sobre o respeito dos acordos preliminares de Ouagadougou de 2013 alcançados entre governo e rebeldes, assim como do caráter laico do Mali e de sua integridade territorial.

Os contatos dirigidos por Argel, que começaram em janeiro deste ano, foram acelerados após os enfrentamentos de maio na cidade de Kidal – principal reduto rebelde – entre o exército malinês e combatentes insurgentes, nos quais morreram 100 pessoas. EFE

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