Governo do Sudão do Sul proíbe oposição de participar de negociações de paz
Juba, 5 ago (EFE).- As autoridades do Sudão do Sul proibiram nesta quarta-feira representantes de 18 partidos da oposição de viajarem à capital da Etiópia para participar da próxima rodada das negociações de paz entre o governo e os rebeldes.
Em entrevista coletiva no aeroporto de Juba, o presidente da coalizão de oposição, Lam Akol Ajawin, condenou a decisão do governo depois de a delegação ter sido proibida de embarcar no avião por um agente do Departamento de Passaportes.
Akol, também presidente do partido de oposição Movimento Popular para a Libertação do Sudão – Mudança Democrática (MPLS-CD), explicou que o agente tinha ordens diretas da presidência para não permitir o embarque. E criticou a decisão, já que elas não seriam “beneficentes para o objetivo de buscar a paz”.
Além disso, o líder oposicionista classificou a proibição como uma violação flagrante da liberdade de circulação, reconhecida pela Constituição e nos pactos internacionais assinados pelo país.
Os oposicionistas tinham recebido um convite oficial dos mediadores da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) para participar da próxima rodada de negociação, que começa na quinta-feira, em Adis-Abeba.
As autoridades do Sudão do Sul tomaram uma atitude semelhante no ano passado, quando também proibiram a viagem de oposicionistas para a reunião. Na época, eles também tinham sido convidados oficialmente pela Igad.
Desde a independência do vizinho Sudão, em julho de 2011, o Sudão do Sul vive uma instabilidade política, que foi exacerbada com o início de um conflito interno no fim de 2013.
Disputam o poder o atual presidente, Salva Kiir, da etnia dinka, e o ex-vice-presidente Riek Machar, da etnia nuer, um confronto que provocou milhares de mortes nos últimos meses. EFE
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