Governo egípcio pede que população vote em referendo para legitimar transição
Cairo, 14 jan (EFE).- As autoridades egípcias chamaram nesta terça-feira os cidadãos a votar no “sim”, no primeiro dia do referendo sobre a nova Constituição, para apoiar o roteiro da etapa transitória e a luta contra o terrorismo.
Após depositar seu voto em um colégio eleitoral no Cairo, o presidente interino, Adly Mansour, assegurou que a votação de hoje e amanhã “não é só a favor da Constituição se também não for a favor do roteiro”.
“O povo tem que mostrar ao terrorismo que não tem medo de nada”, disse Mansour, segundo as declarações divulgadas pela televisão estatal.
O primeiro-ministro, Hazem el Beblaui, afirmou, após votar no colégio Al Selehdar, que é importante “uma grande participação para confirmar que a revolução segue o caminho correto”.
Beblaui aludiu assim à chamada Revolução de 30 de junho, os protestos que precederam o golpe militar que depôs o presidente islamita Mohammed Mursi em 3 de julho.
Mediante este referendo, as atuais autoridades buscam legitimar seu roteiro, por isso que iniciaram uma campanha a favor do texto, que rebaixa o tom islamita da anterior Carta Magna e reforça o papel das Forças Armadas.
Na mesma linha de declarações se expressaram os ministros do gabinete, como o de Antiguidades, Mohammed Ibrahim, que pediu que votem “sim à Constituição da Revolução de 30 de Junho para conseguir a estabilidade do Egito e acabar com o terrorismo”.
Por sua vez, o chefe do Exército e ministro da Defesa, Abdel Fatah al Sisi, assegurou que vão a atuar de maneira decisiva contra qualquer tentativa de causar o caos ou obstaculizar o referendo, disseram fontes militares à agência oficial “Mena”.
Pouco antes da abertura dos centros de votação, uma bomba explodiu perto de um tribunal no bairro cairota de Imbaba, mas não deixou vítimas.
A nova Carta Magna emenda a aprovada pelos islamitas em 2012, que foi suspensa pelos militares em julho após a destituição do então presidente Mohammed Mursi.
Espera-se que a Constituição seja aprovada com folga devido aos débeis chamada ao “não” e ao boicote dos principais opositores do texto, como os Irmandade Muçulmana. EFE
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