Governo eleva mistura de biodiesel para reduzir importação de diesel
Brasília, 28 mai (EFE).- A presidente Dilma Rousseff assinou nesta quarta-feira a medida provisória que determina que, a partir de junho, os distribuidores de combustíveis terão que elevar a porcentagem da mistura de biodiesel no diesel de 5% para 6%, uma ação que visa reduzir as importações e as emissões poluentes.
A medida provisória que eleva o aumento do consumo do combustível de origem vegetal também estipula que essa porcentagem de mistura biodiesel seja ampliada para 7% a partir do próximo mês de novembro.
Além de aliviar as importações de diesel, a medida também procura incentivar a produção de pequenos agricultores que se dedicam ao cultivo de oleaginosas como rícino, algodão e girassol, usadas na produção de biodiesel.
Segundo cálculos do Ministério de Minas e Energia, a cada ponto percentual de biodiesel misturado no diesel mineral distribuído no país, a demanda pelo combustível vegetal aumenta em 600 milhões de litros.
Em um ato no Palácio do Planalto, Dilma assegurou que o Brasil tem atualmente condições, “sem estresses”, para garantir o fornecimento necessário de biodiesel para elevar a mistura com combustível até 7%.
“A produção de nossos pequenos agricultores e a produção dos grandes agricultores que cultivam soja (outra oleaginosa usada como matéria-prima) sustentam essa elevação”, assegurou a presidente ao destacar que o país tenha se situado como o terceiro maior produtor mundial de biodiesel nos últimos anos.
Segundo a presidente, a participação de pequenos agricultores no programa de produção de biodiesel, assim como uma matriz energética menos dependente de fontes fósseis, diferencia o mercado de combustíveis no país.
Inicialmente, a crise de petróleo foi respondida com a decisão de misturar etanol (outro combustível vegetal) à gasolina. Depois, desenvolvemos a tecnologia flex-combustível derivado do petróleo que permite ao consumidor decidir que tipo combustível usar, declarou Dilma, que ressaltou que a política de elevar cada vez mais a quantidade do diesel vegetal também contribuí para redução das emissões de poluentes.
De acordo com a presidente, essa decisão não prejudica o consumidor porque, na atual conjuntura de preços, permite que o diesel vegetal seja mais sustentável que o mineral importado pelo país.
“Temos certeza que, na atual conjuntura, o aumento do consumo do biodiesel não terá nenhum impacto significativo nos preços”, afirmou.
Na mesma cerimônia, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, assegurou que o aumento do biodiesel no diesel comercial garante uma redução de 23 milhões de toneladas de dióxido de carbono nas emissões brasileiras até 2020.
Lobão também destacou que a decisão também reduz em 1,2 bilhão de litros a quantidade de diesel que o Brasil tem que importar anualmente para garantir o consumo interno do combustível.
Essa redução, segundo o ministro, garantirá uma economia de US$ 1 bilhão nas importações brasileiras e, por consequência, favorecerá a balança comercial do país. EFE
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