Governo estima que Copa do Mundo criará quase 1 milhão de empregos
Rio de Janeiro, 19 jun (EFE).- A Copa do Mundo de 2014 gerará quase um milhão de postos de trabalho no Brasil, dos quais 710 mil serão empregos fixos, segundo as estimativas do governo divulgadas nesta quinta-feira no Rio de Janeiro.
O subsecretário da Secretaria de Imprensa da Presidência, Fernando Thompson, informou que o Mundial terá um impacto de mais de US$ 3 bilhões sobre a economia brasileira.
Durante o encontro destinado a analisar o impacto econômico da Copa sobre a economia, Thompson disse que a infraestrutura desenvolvida para receber o evento já estava nos planos do Executivo antes que o Brasil fosse nomeado sede da competição.
Thompson evitou dar detalhes sobre os cálculos do governo para realizar estas estimativas e impediu que os conferentes respondessem às perguntas de vários jornalistas nacionais e estrangeiros sobre a deterioração da economia brasileira nos últimos meses.
O presidente da Embratur, Vicente Neto, defendeu a atuação do governo de Dilma Rousseff e explicou que o Brasil manterá nos próximos anos o Plano Aquarela, uma estratégia criada em 2005 para captar a realização de grandes eventos esportivos e temáticos a fim de promover o setor turístico brasileiro.
“Estamos captando megaeventos esportivos, como os Jogos Olímpicos e as Olimpíadas Universitárias, mas também eventos temáticos, como o Fórum Mundial da Água e a Jornada Mundial da Juventude”, declarou Neto, ressaltando que “em 2013 o setor turístico ingressou US$ 6,7 bilhões em moeda estrangeira para o Brasil, situando-se atrás apenas da exportação de veículos na captação de divisas”.
Os pesquisadores especializados em grandes eventos Lamartine da Costa, da Fundação Getúlio Vargas, e Pedro Trengrouse, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, acompanharam o representante de Embratur durante o encontro e defenderam que o modelo de execução implementado pela Fifa e pelo governo em torno da Copa é “o único sustentável”.
“Todo megaevento começa com grandes críticas que depois mudam de rumo”, declarou Lamartine, destacando que “estes tipos de eventos são uma arma de nacionalismo e geoestratégia que não devem ser usados com fins propagandísticos”.
Segundo Trengrouse, “a despesa do governo no Mundial é insignificante para a economia total do Brasil”.
No entanto, o pesquisador alertou que o número de esportistas participando de grandes eventos foi decrescendo desde as Olimpíadas de Sydney.
“A intervenção da Fifa nos assuntos nacionais do Brasil foi forte, me preocupa o que possa acontecer com os Jogos Olímpicos de 2016”, concluiu Lamartine da Costa. EFE
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