Governo Federal arrecada R$ 430 milhões no primeiro leilão de portos públicos

  • Por Jovem Pan / Carolina Ercolin
  • 09/12/2015 15h24
Carolina Ercolin Leilão de Portos Públicos

 Três áreas do porto de Santos, no litoral paulista, o maior do país, foram leiloadas na quarta-feira (09/12) por R$ 430 milhões.

Apesar do valor vultuoso, o Governo Federal tinha uma expectativa 30% maior com o arrendamento dos terminais. O ministro dos Portos, Helder Barbalho, minimizou o tombo. Preferiu enaltecer os investimentos em áreas ociosas com a ampliação da oferta de operação no litoral: “R$ 640 milhões é o que estava previsto de outorga. Ressalto que o fundamental é estarmos aqui tratando de investimento, de viabilizar áreas que até então não tinham perspectiva e não estavam em operação. A partir de agora, com esses leilões, estamos ampliando a oferta de operação, tanto com soja, grãos e celulose em Santos”.

O consórcio LDC Brasil BSL levou o maior lote destinado a cargas de granéis sólidos. Pagou R$ 303 milhões nesta primeira rodada. O segundo lote ficou com a Fibria Celulose e o último com a Marimex Transportes e Serviços.

O primeiro leilão de portos públicos do Governo Federal, no entanto, foi menor do que o previsto, já que não houve interessados na área do porto de Vila do Conde, no Pará. Helder Barbalho, afirmou que está disposto a sentar com os possíveis investidores para incluir o terminal já na próxima rodada, prevista para 2016.

Apesar do indicativo, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, não associa o fato à crise econômica e política que vive o Brasil: “Ela tem influído na volatilidade do preço ativo, mas é bom lembrar que esses projetos são de longo prazo, são concessões de 20, 25, 30 anos. Então o investidor que esta colocando esses recursos, que está participando do projeto, está olhando para um horizonte bem longo, não só desse mandato, mas dos que virão nos próximos 30 anos. Pela história do Brasil, pela tradição que temos de receber bem o investidor estrangeiro, do respeito aos contratos e, principalmente pelo potencial que tem de aumento de produtividade, de rentabilidade, da demanda reprimida que existe de infraestrutura no Brasil, eu tenho certeza que esses projetos tem uma dinâmica própria e vão ser bem sucedidos, assim como esse leilão foi”.

Entre arrendamentos, outorga e investimentos, o arrendamento vai movimentar um montante de R$ 2,6 bilhões. O prazo de concessão é de 25 anos e há possibilidade de renovação. Ainda restam 90 áreas em portos de todo o país à espera do leilão. O próximo, que privilegia o nordeste, ocorre em março.

É bom lembrar: O leilão desta quarta-feira aconteceu três anos depois do anúncio do primeiro plano para elevar os investimentos no setor portuário. Foi feito ainda no primeiro mandato da Presidente Dilma Rousseff. Além de passar a administração dos portos para a iniciativa privada, fazia parte do plano de concessão a construção de novos portos, o que não aconteceu.

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