Governo garante segurança na Copa, mas se prepara para protestos

  • Por Agencia EFE
  • 23/05/2014 19h54
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Brasília, 23 mai (EFE).- O Brasil garantirá a plena segurança de brasileiros e turistas durante a Copa do Mundo, que começa no próximo dia 12, e está “preparado” para os protestos de movimentos sociais que criticam o evento da Fifa, disseram os ministros de Defesa e Justiça em entrevista coletiva.

Celso Amorim, da Defesa, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, apresentaram o planejamento de segurança do governo federal para o evento, que deve receber 600 mil turistas entre 12 de junho e 13 de julho.

Os ministros não descartaram a possibilidade de que maciços protestos, como os que aconteceram ano passado durante a Copa das Confederações, voltem a se repetir, mas Cardozo disse estar convicto que “serão menores” e não terão o apoio de milhões de pessoas.

“Nossa sensação é de que as manifestações serão menores, mas estamos preparados para tudo”, disse o ministro.

Ele reconheceu que na Copa das Confederações os protestos “não estavam nas previsões” do governo. E lembrou que as manifestações não afetaram o torneio, que “nenhuma partida foi adiada ou atrasada”, e garantiu que agora, ao contrário do que ocorreu ano passado, as autoridades estão “preparadas”.

Amorim, que antes de assumir a Defesa foi ministro das Relações Exteriores (durante os dois mandatos de Lula), negou que o clima de protesto possa afetar a imagem do país.

“A imagem do Brasil é a de uma democracia vibrante, na qual os cidadãos se manifestam livremente”, afirmou Amorim.

Cardozo reiterou que, apesar das manifestações pacíficas serem permitidas, a violência não será tolerada.

“Não se podem aceitar abusos nem violência, seja de manifestantes ou de policiais”, declarou, ao admitir que ano passado a polícia cometeu “excessos” que foram condenados por órgãos de direitos humanos nacionais e estrangeiros.

Mais de 13 mil policiais foram treinados nos últimos meses para atuar em manifestações e um “protocolo de ações para evitar abusos” foi estabelecido.

Segundo Cardozo, a polícia “aprendeu muito durante a Copa das Confederações e hoje está muito mais bem treinada” para atuar em protestos.

Os ministros explicaram que o plano de segurança para a Copa mobilizará 100 mil policiais e 57 mil soldados, que trabalharão nas 12 cidades que sediarão o torneio.

“É um plano preparado e já executado (em algumas áreas) nos últimos anos”, fruto de um “excelente planejamento”, disse Cardozo. O ministro garantiu que as Forças Armadas e as policiais federais e regionais atuarão “totalmente integradas”.

Segundo os ministros, haverá um grande centro de coordenação em Brasília, que estará em comunicação “permanente” com os instalados nas outras 11 sedes.

Cada um dos 32 países que disputação a Copa poderá enviar ao país no máximo sete policiais, que trabalharão em coordenação com os órgãos de segurança brasileiros.

O custo da segurança para a Copa foi estimado por Cardozo em R$ 1,9 bilhão. O valor incluiu a compra de armas de “baixa letalidade”, câmaras de alta definição e equipamentos de inteligência, entre outros.

Em relação aos torcedores estrangeiros violentos que podem vir ao Brasil, “há uma troca de informação com outros países”, que enviarão listas de suspeitos que “terão acompanhamento especial” e que podem inclusive ter a entrada no país negada.

Sobre a ameaça de greve dos agentes da Polícia Federal, responsável pelas alfândegas e aeroportos e da fiscalização da entrada de estrangeiros no país, Cardozo disse que a negociação salarial está avançando e “existe a possibilidade de acordo”, mas lembrou que uma recente decisão do STF “proíbe greves de policiais” e disse estar convencido que “isso não será desrespeitado”.

Mas se mesmo assim a Polícia Federal declarar greve, o governo “tem alternativas e respostas para dar garantias” aos turistas brasileiros e estrangeiros. EFE

ed/cd

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