Governo grego descarta novos cortes e diz ter planos para liquidez

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2015 09h14

Atenas, 12 mar (EFE).- O porta-voz do governo da Grécia, Gavriil Sakellaridis, descartou nesta quinta-feiraa aplicação de novas medidas de cortes e afirmou que o Executivo tem planos para aumentar a arrecadação e satisfazer as necessidades de liquidez do país.

“Obrigar aqueles que já estão tendo que pagar a apertar ainda mais o cinto é uma medida absurda”, disse Sakellaridis em entrevista à emissora “Skai”.

Perguntado sobre como o governo pensa obter os entre seis e oito bilhões de euros que o país precisa para enfrentar os próximos pagamentos de empréstimos, Sakellaridis garantiu que “há maneiras de aumentar a liquidez”.

“Não é lógico aumentar os impostos, mas devemos facilitar a arrecadação dos contribuintes que devem bilhões de euros”, acrescentou.

A Grécia terá que cumprir esses mês pagamentos entre refinanciamentos e devoluções ao Fundo Monetário Internacional.

Segundo os cálculos do centro de estudos Bruegel, a Grécia deve ao FMI este mês 1,2 bilhão de euros em três parcelas diferentes e tem que refinanciar 2,9 bilhões de letras que vencem.

O governo prepara uma lei para ampliar o número de contribuintes que podem pagar suas dívidas com a Fazenda em cem vezes, uma medida com a qual espera arrecadar cerca de um bilhão de euro por ano durante oito anos.

Sakellaridis apontou que a reforma da legislação fiscal é um dos temas que serão abordados pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, em sua reunião de hoje com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángel Gurría.

Quando o secretário da OCDE visitou Atenas em 11 de fevereiro, concordou com Tsipras em criar uma comissão que prepare um plano para aplicar mudanças no sistema fiscal e social.

O objetivo desta reforma tributária é, segundo Sakellaridis, “melhorar a arrecadação de impostos através do contraste dos dados, da luta contra a evasão fiscal o contrabando e da melhora do clima empresarial”.

Sobre a questão das reparações alemãs, o porta-voz do governo ressaltou que a questão “não é no âmbito das negociações, já que é um fato que tem a ver com a justiça”, e disse que o governo vai colocar imediatamente em cima da mesa.

Sakellaridis também se referiu ao discurso do ministro da Justiça, Nikos Paraskevopulos, que se mostrou disposto a executar uma sentença do Supremo Tribunal sobre a desapropriação de bens alemães na Grécia, como o Instituto Goethe e o Colégio Alemão, pelo massacre de Distomo, e o porta-voz do governo assinalou que considerará “qualquer dado para recuperar as compensações”.

A sentença de 2000, em que o Supremo decidiu a favor de uma ação coletiva interposta pelos familiares das cerca de trezentas pessoas que foram executadas por soldados da Wehrmacht em 1944 em Distomo, uma cidade a 200 quilômetros de Atenas. EFE

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