Governo investiga possível caso atípico do mal da vaca louca no MT

  • Por Agencia EFE
  • 24/04/2014 17h57

Rio de Janeiro, 24 abr (EFE).- O governo informou nesta quinta-feira que está investigando um possível caso atípico do mal da vaca louca em um animal de 12 anos sacrificado na semana passada por problemas derivados de sua avançada idade e cuja carne não foi comercializada.

A suspeita recai sobre um único animal que foi alimentado exclusivamente com pasto e sais minerais em uma fazenda no estado do Mato Grosso dedicada à criação de gado em grandes extensões, segundo um comunicado do Ministério da Agricultura.

“Essas são as principais características dos casos atípicos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB, conhecido como o mal da vaca louca), que ocorrem de forma esporádica e espontânea e não estão vinculados à ingestão de alimentos contaminados”, esclarece a nota.

Os casos clássicos da doença são provocados pela alimentação do gado com rações que contêm tecidos cerebrais ou espinhais de outros ruminantes, prática proibida no Brasil.

O Ministério da Agricultura acrescentou que a carne do animal não foi destinada ao mercado para consumo humano ou animal e que o material de risco foi incinerado.

“Como medida preventiva, todos os animais contemporâneos ao do caso foram identificados individualmente e isolados”, garantiu o Ministério.

De acordo com o comunicado, o animal foi enviado ao matadouro no dia 19 de março por problemas vinculados à idade e sem que apresentasse sintomas de distúrbios neurológicos.

Os responsáveis pela fiscalização perceberam que o animal não conseguia ficar de pé, por isso determinaram seu sacrifício de emergência e o envio de mostras para análise em laboratório.

“O resultado final dos exames realizados no laboratório agropecuário nacional detectou a marcação priônica (que diagnostica uma doença neurológica). Conforme os protocolos, foi determinada uma investigação epidemiológica (no lugar de procedência) e o envio de mostras ao laboratório de referência internacional da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) na Inglaterra para confirmar a suspeita”, assegura a nota.

A própria OIE manteve em maio do ano passado o status do Brasil, o maior produtor e exportador mundial de carne bovina, como país de “risco insignificante” para o mal de vaca louca apesar da confirmação de um caso atípico da doença em dezembro de 2012.

Na época, 17 países suspenderam suas importações de carne bovina do Brasil, entre os quais Japão, China, África do Sul, Arábia Saudita e Egito, mas as retomaram depois que a OIE confirmou que o caso era atípico e não configurava um risco para a saúde.

O primeiro caso de mal da vaca louca foi confirmado por testes de laboratório realizados em uma vaca que morreu no Paraná em 2010, que mostraram a presença do agente que desencadeia a EEB, embora a doença não tenha se manifestado nem sido a causa da morte do animal.

“Todas as informações sobre o (novo) caso foram enviadas à OIE, que destacou a transparência e competência brasileira, e pôs à disposição tanto sua estrutura como seus laboratórios de referência”, informa o comunicado.

O Ministério da Agricultura se comprometeu a divulgar o resultado oficial dos testes de laboratório que tentarão confirmar o caso quando este for conhecido, o que está previsto para a próxima semana. EFE

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