Governo japonês será processado por não divulgar informações de Fukushima

  • Por Agencia EFE
  • 06/06/2014 00h37
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Tóquio, 6 jun (EFE).- Os acionistas da Tokyo Electric Power (Tepco), empresa proprietária da central nuclear de Fukushima, anunciaram que apresentarão um processo contra o governo japonês, pois o mesmo não divulgou, na íntegra, as a entrevistas feitas com centenas de envolvidos durante as investigações sobre o acidente nuclear.

O grupo de acionistas exige que o Executivo divulgue as entrevistas feitas com 772 pessoas relacionadas com o desastre na usina, atingida pelo terremoto e tsunami do dia 11 de março de 2011, para determinar as causas do mesmo, informou nesta sexta-feira o jornal “Asahi” em seu site.

O ministro porta-voz do governo, Yoshihide Suga, afirmou, por sua vez, que só serão divulgadas as conversas autorizadas pelos entrevistados e que o material que possa representar uma violação dos direitos e interesses de terceiras partes ou uma “ameaça para a segurança nacional” será omitido.

Por isso, o grupo anunciou sua vontade de apresentar, o mais rápido possível, um processo em um tribunal de Tóquio.

Por enquanto, sequer foram reveladas as identidades das centenas de pessoas que foram entrevistadas pelo comitê que realizou a investigação a partir de maio de 2011, mas é conhecido que Masao Yoshida, o diretor da usina quando ocorreu o desastre, foi um deles.

O próprio jornal “Asahi” foi o primeiro meio de comunicação a obter trechos dessas entrevistas com Yoshida, que morreu no ano passado.

Por sua vez, Yuichi Kaido, o advogado que representa o grupo de acionistas, explicou à publicação japonesa que o que foi divulgado até o momento dessas conversas com Yoshida mostram que a cadeia de comando da Tepco veio abaixo após o acidente.

“As entrevistas com Yoshida, além de outras pessoas envolvidas, são indispensáveis para esclarecer as causas do acidente e a responsabilidade da Tepco no mesmo”, afirmou Kaido.

O desastre natural de março de 2011 provocou na usina de Fukushima Daiichi, o pior acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

As constantes emissões de radiação e os vazamentos de água contaminada ainda mantêm as cerca de 50 mil pessoas que viviam nos arredores da central impossibilitadas de retornarem a suas casas e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local. EFE

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