Governo líbio condena “sequestro” de Abu Jatala por forças dos EUA
Trípoli, 18 jun (EFE).- O governo da Líbia condenou nesta quarta-feira o “sequestro” em território líbio por parte de forças americanas de Ahmed Abu Jatala, suspeito do ataque contra o consulado dos Estados Unidos na cidade de Benghazi em setembro de 2012.
“O governo líbio condena esta agressão lamentável contra a soberania líbia, realizada sem aviso prévio ao governo, em um momento no qual a cidade de Benghazi sofre desordens de segurança”, disse o Executivo de Abdullah al Thani em comunicado.
Os EUA anunciaram na terça-feira a captura de Abu Jatala em uma operação secreta lançada no domingo passado por forças especiais e membros da Polícia Federal americana (FBI).
A Líbia insistiu, além disso, no comunicado, em seu direito de julgar Abu Jatala em seu território e solicitou a Washington sua entrega para que vá à Justiça.
Em declarações à imprensa divulgadas na página oficial do Executivo, o ministro da Justiça líbio, Salah al Margani, assegurou que existia uma ordem de detenção contra Abu Jatala, mas que a situação de insegurança reinante em Benghazi tinha impedido sua execução.
Desde o dia 16 de maio, homens armados dirigidos pelo general reformado Jalifa Hafter enfrentam várias milícias islamitas na cidade, entre elas Ansar al Sharia, à qual pertence Abu Jatala, segundo as autoridades dos EUA.
Em entrevista por telefone concedida à Agência Efe em agosto do ano passado depois que os EUA apresentaram suas primeiras acusações penais contra Jatala, o líder salafista negou qualquer envolvimento em tal ataque no qual morreu o embaixador Chris Stevens e outros três cidadãos americanos.
Segundo o presidente dos EUA, Barack Obama, “todo o peso do sistema de Justiça americana” cairá sobre Jatala, descrito como “um dos supostos cérebros” que planejaram o ataque armado contra a missão diplomática em Benghazi.
Para Obama a captura de Jatala “manda uma mensagem clara: que quando se ataca americanos, não importa o tempo que leve, vamos achar os responsáveis e levá-los à justiça”.
O detido está a caminho dos EUA, onde será formalmente acusado, como já aconteceu recentemente com Abu Anas al Libbi, capturado em fevereiro em Trípoli e processado em um tribunal de Nova York pelos atentados às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998.
O Pentágono confirmou que a operação foi executada unilateralmente “perto de Benghazi” e acrescentou que não houve vítimas civis nem militares. EFE
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