Governo sudanês acusa UNAMID de assassinar sete civis em Darfur
Cartum, 29 abr (EFE).- O Ministério sudanês de Relações Exteriores acusou nesta quarta-feira a missão pacificadora mista da União Africana e da ONU para a região de Darfur (UNAMID, por sua sigla em inglês) de assassinar na semana passada sete civis em dita zona conflituosa.
O chefe do Departamento de Paz e Assuntos Humanitários do Ministério, Jamal al Sheikh, disse em entrevista coletiva que quatro civis foram assassinados “a sangue frio” após serem detido na sede da missão na zona de Kas, na província de Darfur do Sul, no oeste do país.
Além disso, acrescentou que outros três civis foram assassinados na semana passada por disparos perpetrados por soldados que pertencem à UNAMID.
Na sexta-feira passada, a UNAMID anunciou que no dia anterior pelo menos quatro homens armados morreram e seis soldados de suas fileiras ficaram feridos em enfrentamentos na província.
Al Sheikh, que negou que os mortos tentaram atacar a UNAMID, revelou que seu país formou uma comissão presidencial para investigar as circunstâncias do fato, cujo relatório final será publicado na próxima quarta-feira.
Por sua vez, o líder da tribo de Al Zagaua, Um Kamlati Hanu, disse que estes homens armados pertenciam a seu grupo e que não queriam atacar os soldados da UNAMID, mas estavam perseguindo ladrões.
Na segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou sua “profunda preocupação” pelos dois atentados consecutivos contra a UNAMID e pela “limitada cooperação” do governo do Sudão.
Em 8 de abril, o presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, assegurou que a região de Darfur já não necessita da UNAMID porque a rebelião insurgente está chegando a seu fim.
Darfur, localizada no oeste do Sudão, é palco desde 2003 de um conflito entre movimentos rebeldes e o Exército sudanês que causou pelo menos 300 mil mortes e obrigou que 2,7 milhões de pessoas abandonassem suas comunidades de origem, segundo dados da ONU. EFE
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