Governo tenta antecipar uso de nova reserva de água; recuperação não é certa
Índice que mede o volume de água no Sistema Cantareira registrou novo recorde negativo nesta segunda-feira (17)
Sistema Cantareira opera com apenas 15% da capacidade totalA Sabesp terá de antecipar a retirada da segunda cota do volume morto com a queda cada vez mais rápida do nível do Cantareira.
Em um só dia, o volume caiu de 5,8% para 5,6% da capacidade, como consequência da falta de chuva e do tempo seco.
Pelas contas do Estado, a atual reserva técnica poderia abastecer São Paulo até o dia 21 de novembro.
O governo paulista ainda aguarda autorização para começar a usar a segunda cota do volume morto, que vai elevar o nível em 10,7 pontos percentuais.
No entanto, os ministérios público federal e estadual ajuizaram uma ação com objetivo de limitar a retirada da água dos mananciais.
Em entrevista a Thiago Uberreich, o diretor do Instituto Sócio Ambiental, Carlos Bocuhy, teme pela recuperação do sistema nos próximos anos.
“O governo deve trabalhar de forma escalonada o serviço de oferta de água”, propõe Bouchy. “Nós estamos só fazendo é postergar para o futuro um problema que pode ser insolúvel”, avalia.
O diretor do Instituto Sócio Ambiental, Carlos Bocuhy, lembra que o tratamento da água do volume morto é mais caro e demorado.
O professor de recursos hídricos da Unicamp, Antônio Carlos Zuffo, se diz preocupado com a irregularidade da chuva em São Paulo.
“Se as chuvas (neste verão) vierem abaixo da média histórica, é muito pouco provável que os reservatórios não se recuperem”, recea Zuffo.
O Rio Paraíba do Sul, que abastece São Paulo, Minas e Rio de Janeiro, pode ficar com nível abaixo do normal com a falta de chuva e o desmatamento.
Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, apenas 26% das margens da bacia estão cobertas por área verde.
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