Grécia diz estar avaliando fechar bancos e controle de capital na segunda

  • Por Reuters
  • 28/06/2015 09h19
Greek Finance Minister Yanis Varoufakis (C) speaks to other lawmakers during a parliamentary session in Athens, Greece June 28, 2015. Greek Prime Minister Alexis Tsipras called a referendum on austerity demands from foreign creditors on Saturday, rejecting an "ultimatum" from lenders and putting a deal that could determine Greece's future in Europe to a risky popular vote. REUTERS/Yannis Behrakis REUTERS/Yannis Behrakis Ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis fala com legisladores durante sessão do parlamento em Atenas neste domingo

O governo grego vai avaliar no domingo a adoção de controles de capital e o fechamento dos bancos do país na segunda-feira, afirmou o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, à BBC Radio.

Em uma entrevista, Varoufakis disse que seu governo vai pesar ambas as decisões durante a noite, informou no Twitter Nick Sutton, editor do programa The World This Weekend, da BBC Radio 4.

Espera de calote

Parceiros europeus da Grécia fecharam a porta para uma extensão da linha de crédito a Atenas, deixando o país ainda mais perto do calote que pode tirá-lo da zona do euro depois que o governo esquerdista grego rejeitou duras exigências dos credores e convocou um referendo sobre o acordo de resgate.

Ministros das Finanças dos outros 18 países que usam o euro se reuniram pela primeira vez sem a Grécia e rejeitaram seus pedidos para estender o resgate até depois do referendo em 5 de julho, abrindo caminho para Atenas dar calote em um importante pagamento ao FMI na terça-feira.

Os 18 prometeram fazer o que for necessário para estabilizar a área de moeda comum e disseram que estão em condições muito melhores para isso do que no ápice da crise da zona do euro há alguns anos. Em um comunicado formal, também pediram implicitamente à Grécia que adote controles de capital para estabilizar seu sistema bancário.

A rejeição à extensão aumentou a enorme pressão sobre os bancos gregos, que depende de suporte do banco central para continuarem vivos, com longas filas se formando em frente a caixas eletrônicos já que as pessoas correram para sacar seu dinheiro enquanto os bancos ainda operam normalmente.

Após a surpreendente decisão de convocar um referendo sobre o resgate, Atenas pediu a extensão do programa além de terça-feira, dia em que tem que pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou dará calote.

Mas os outros 18 membros da zona do euro rejeitaram de forma unânime o pedido, isolando a Grécia de mais discussões com o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI sobre como lidar com as consequências de uma histórica quebra na moeda de 16 anos.

A rápida rejeição foi uma alarmante demonstração do grau ao qual Tsipras se indispôs com o resto do bloco monetário ao fazer o anúncio de última hora que encerrou cinco meses de intensas negociações.

O Eurogrupo de ministros das Finanças deixou de fora o grego Yanis Varoufakis de uma reunião em Bruxelas e emitiu comunicado sem ele, acusando Atenas de romper as negociações unilateralmente.

“O atual arranjo de assistência financeira com a Grécia vencerá em 30 de junho de 2015, bem como todos os acordos relacionados ao atual programa grego”, disse o comunicado, deixando clara sua recusa de um período de graça para que a votação seja realizada.

Varoufakis disse que a recusa em dar uma extensão “certamente afetará a credibilidade do Eurogrupo como uma união democrática de Estados membros parceiros”.

“Tenho muito medo que o dano seja permanente.”

O Parlamento grego se reuniu para aprovar o referendo, com partidos de oposição pró-europeus se unindo para condenar a decisão e alimentando especulações de que o governo de Tsipras possa ter que renunciar se o povo apoiar o resgate no referendo de 5 de julho.

A oferta dos credores exige que a Grécia corte aposentadorias e eleve impostos de maneiras que Tsipras argumenta há tempos que vão aprofundar uma das piores crises econômicas dos tempos modernos em um país onde um quarto da força de trabalho já está desempregada.

(Reportagem adicional de Karolina Tagaris, Vassilis Triandafyllou, Matthias Williams, Lefteris Papadimas e Gina Kalovyrna em Atenas, Erik Kirschbaum em Berlim, Robin Emmott, Alastair Macdonald, Barbara Lewis, Robert-Jan Bartunek, Philip Blenkinsop, Alexander Saeedy, Renee Maltezou e Jan Strupczewski em Bruxelas)

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