Greve da Lufthansa chega ao terceiro dia sem avanço em negociação

  • Por Agencia EFE
  • 03/04/2014 16h44

Berlim, 3 abr (EFE).- A greve dos pilotos da companhia aérea alemã Lufthansa voltou a deixar a milhares de passageiros sem voar nesta quinta-feira, sem ter havido neste terceiro dia de paralisação nenhum avanço significativo na negociação entre a empresa e os trabalhadores.

A greve, a maior na história da companhia, já afetou 425 mil passageiros e 3.800 voos tiveram que ser cancelados.

O sindicato de pilotos da Lufthansa exige um aumento salarial de 10%, enquanto a companhia oferece só um reajuste escalonado de 5,2%.

Os pilotos querem voltar a negociar a previdência e restabelecer o sistema de aposentadoria transitória, que permitia aos capitães se aposentarem a partir dos 55 anos com até 60% de seu salário base, embora, como meio termo, se aposentem aos 59 anos.

O porta-voz do sindicato de pilotos Vereinigung Cockpit (VC), Markus Wahl, afirmou que eles aguardam uma nova reunião com os representantes da companhia aérea para buscar uma saída, já que a negociações pararam no domingo sem nenhum resultado.

A greve, que teve a adesão de 5.400 capitães e co-pilotos das companhias Lufthansa, Germanwings e Lufthansa Cargo, se manterá até a meia-noite da sexta-feira.

O porta-voz do sindicato declarou ontem que não vão fazer paralisações próximo ao feriado da Páscoa para não prejudicar a grande quantidade de passageiros que deve viajar no período, mas que não estão descartadas novas mobilizações depois.

Já a porta-voz da Lufthansa, Barbara Schädler, mostrou confiança de fechar um acordo antes desse prazo. “Teremos tempo para negociar até o final das férias de Páscoa na Alemanha, que acabam em 2 de maio”, apontou Schädler.

O presidente da Lufthansa, Christoph Franz, em entrevista ao jornal “Bild” disse ter esperança de que o conflito entre a empresa e os pilotos não se prolongue demais.

“Espero que retornemos rapidamente à negociação e que encontremos um compromisso aceitável para as partes”, disse Franz, preocupado com o efeito que a greve pode ter na imagem da Lufthansa.

“As companhias alemãs não são as únicas que podem voar; há alternativas e por isso os agentes implicados devem ter claro o que está em jogo”, reforçou.

Franz disse desconhecer as perdas exatas que a paralisação provocará, mas falou em danos milionários por uma greve que para ele, tem sido muito dura tanto para passageiros quanto para a empresa.

Os aeroportos alemães tiveram hoje um volume de passageiros muito menor do que em dias normais, mas não houve incidentes graves, já que a maioria foi informada com antecedência sobre os cancelamentos.

No aeroporto de Frankfurt (no oeste da Alemanha), o maior do país, dez pessoas devem pernoitar na área de check in já que não podem deixar o aeroporto por não terem visto válido para a zona Schengen.

Tanto o aeroporto de Frankfurt como o de Munique (no sul do país) lamentaram o prejuízo provocado pela greve e as perdas milionárias derivadas da diminuição de viajantes nestes dias. EFE

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