Greve do metrô em São Paulo provoca incidentes e engarrafamentos
São Paulo, 5 jun (EFE).- A paralisação parcial de quatro das cinco linhas do metrô de São Paulo por uma greve por tempo indeterminado a uma semana do início da Copa do Mundo provocou incidentes em uma das estações e engarrafamentos recordes nesta quinta-feira.
Um grupo de usuários do metrô, usado diariamente em São Paulo por 4,5 milhões de pessoas, invadiu a estação de Itaquera, uma das mais movimentadas, e chegou a provocar alguns danos antes que a polícia os retirasse.
Com o principal meio de transporte público paralisado, milhares de paulistanos decidiram ir ao trabalho de carro, o que provocou o maior engarrafamento registrado em horário matinal em São Paulo no ano.
Apesar do aumento na quantidade de pessoas de carro e de a prefeitura ter reforçado a frota de ônibus em circulação, milhares de pessoas ficaram sem condições de ir ao trabalho e tiveram que voltar para casa.
O sindicato que representa os 9.800 trabalhadores do metrô de São Paulo declarou a paralisação a partir desta quinta-feira por rejeitar o aumento salarial de 8,7% oferecido pela operadora do sistema público de transporte e exigir um reajuste de 16%.
A greve por tempo indeterminado foi aprovada por uma assembleia de trabalhadores na noite da quarta-feira e paralisou parcialmente quatro das cinco linhas de metrô da cidade. A outra linha, que é operada por uma empresa privada, funciona normalmente.
A paralisação é parcial devido à determinação feita pelo metrô para que os supervisores e alguns empregados do setor administrativo operem um mínimo possível de trens. O Sindicato dos Trabalhadores do Metrô denunciou que a decisão da empresa pode gerar ameaça aos passageiros, já que os supervisores não estão capacitados para operar as máquinas.
Segundo o secretário-geral do sindicato, Alex Fernandes, 98% dos operadores do metrô aderiram à paralisação, apesar da Justiça, a pedido do Ministério Público, ter determinado que o sistema funcione com 100% de sua capacidade em horários de pico e em 70% nos demais horários.
O líder sindical explicou que a decisão judicial terá que ser analisada em uma nova assembleia dos trabalhadores prevista para a noite de hoje.
Os sindicatos de diferentes setores em várias cidades do Brasil estão aproveitando a iminência da Copa para pressionar com greves e manifestações, e reforçar suas pretensões.
Segundo as autoridades de São Paulo, o metrô será o principal meio de transporte dos torcedores que irão ao Arena Corinthians durante a Copa. Para a partida de abertura, na próxima quinta-feira entre Brasil e Croácia, está previsto que 50 mil torcedores utilizem esse transporte para ir ao estádio.
Há duas semanas, São Paulo sofreu uma greve de motoristas de ônibus que se prolongou durante quatro dias. EFE
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