Greve geral de dois dias paralisa transporte e instituições no Haiti
Porto Príncipe, 2 fev (EFE) – Uma greve geral de dois dias convocada pelos sindicatos de motoristas e também por setores da oposição ao governo haitiano mantém paralisados, desde esta segunda-feira, o transporte público, assim como um bom número de instituições públicas e privadas.
Com esta paralisação, os motoristas reivindicam uma redução do preço da gasolina, enquanto os setores da oposição exigem a renúncia do presidente do país caribenho, Michel Martelly.
Ambos coletivos ergueram barricadas com pneus aos quais atearam fogo para impedir os motoristas que não apoiaram a greve que transportassem passageiros.
Deste modo, o transporte público se viu afetado significativamente, tanto para estudantes como para trabalhadores.
Em algumas áreas da capital, os grevistas jogaram pedras no ônibus e outros veículos de transporte público. Em outros casos os pararam, de modo que os passageiros se viram obrigados a descer e continuar a pé pela estrada.
Os veículos privados circularam em grande número e se viram menos acossados por partidários da greve, mas os moto-táxis foram atacados ou detidos, e vários deles foram confiscados pelos grevistas.
Segundo disseram à Agência Efe várias testemunhas, de manhã foram escutados disparos perto do aeroporto, o que criou pânico na área, mas não se registraram feridos.
Enquanto a polícia se empenhava em retirar as barricadas que bloqueavam as estradas, e tentavam manter a ordem em algumas áreas, muitos trabalhadores, funcionários públicos e estudantes optaram por ficar em suas casas devido ao temor a represálias por parte dos grevistas e seus aliados.
Após intensas negociações entre o governo e um grupo de representantes sindicais que aconteceram durante o fim de semana, as duas partes decidiram baixar os preços do combustível a um nível que não produza um desajuste para as previsões orçamentárias.
Dos US$ 4,57 que custava um galão de gasolina, foi estabelecida uma redução até US$ 4,25. Já o preço de um galão de diesel passou de US$ 3,76 para US$ 3,55, enquanto o galão de querosene baixou até US$ 3,42 dos US$ 3,63 por galão pagos até domingo à meia-noite.
Vários agrupamentos aceitaram os resultados das negociações com o governo, porém, outros sindicatos decidiram manter a greve geral, anunciada dias antes.
O líder sindical José Montes, que é partidário do acordo, disse que muitas pessoas e vários motoristas não exerceram suas funções por medo de serem vítimas de grupos violentos, enquanto o líder sindical de motoristas rivais, Jacques Desroches Anderson, exige que o governo reduza os preços do combustível à metade.
O ministro de Financias e Economia, Wilson Laleau, alega que o sistema financeiro do Haiti poderia estar em grande dificuldade se o governo reduzir os preços em uma proporção significativa, apesar da grande queda do custo do petróleo registrada nos últimos meses no mercado internacional. EFE
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