Gripe H1N1: há motivo para pânico?

  • Por Jovem Pan
  • 02/04/2016 15h36
  • BlueSky
SP - H1N1/VACINAÇÃO - GERAL - Pessoas enfrentam fila para tomar vacina contra H1N1, Na Vip Imune Clínica, que fica na Rua Valdemar Blakauskas, no Morumbi, na zona sul da capital paulista, na manhã deste sábado. 02/04/2016 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Werther Santana/Estadão Conteúdo Pessoas enfrentam grande fila para tomar vacina contra H1N1 no Morumbi

O surto do vírus H1N1 em São Paulo gerou na população uma grande corrida a hospitais, clínicas e postos de vacinação. Na rede pública, a vacina começa a ser distribuída nesta segunda (4), primeiro para os profissionais de saúde e, na semana seguinte (11), para a população de risco – idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças cardíacas e diabetes.

A gripe provocou 55 mortes no estado de São Paulo. O médico de família, dr. Alfredo Salim Helito, falou ao plantão de sábado da Jovem Pan e respondeu perguntas frequentes dos ouvintes sobre o H1N1. O médico explica que a gripe é como outra qualquer e, apesar de serem justificados certos cuidados redobrados, não há motivo para pânico ou correria para hospitais ao primeiro sinal de mal-estar.

Confira os principais pontos abordados.

É um aumento inesperado

A gripe é uma doença sazonal, que se espalha mais em certa época do ano. Está acontecendo em 2016, no entanto, um aumento não comum e antes da hora de um subtipo da Influenza A, o H1N1.

Não é uma gripe incomum

O H1N1 é uma gripe já bastante conhecida e até agora não há nenhuma evidência de que uma alteração genética tenha causado o atual surto. Foi um tipo de vírus parecido que causou uma grande epidemia mortal na Europa no começo do século XX, quando as condições sanitárias ainda eram precárias, com a gripe espanhola em 1918.

Há dois tipos principais de gripe, o Influenza A e o Influenza B. Nem toda gripe é causada pelo H1N1, apenas um dos subtipos da Influenza A. Há casos notificados de óbitos que, na verdade, são do Influenza B.

Peguei a gripe. Preciso saber se “é aquela”?

Não. A correria para os hospitais pode ser prejudiciais. A maior parte dos portadores do H1N1 se curarão de maneira tranquila. Não vamos confundir um mal-estar com risco de vida, diz o doutor.

O H1N1 não é uma gripe mortal. É uma gripe comum, que causa os mesmos sintomas já conhecidos, como dor no corpo, febre, dor de garganta, tosse. A porcentagem de complicações piores é muito pequena.

Uma gripe comum em um paciente sadio, que não tem nenhuma dificuldade respiratória, pode ser tratada em casa, com repouso, alimentação saudável, ingestão de bastante líquido e antitérmicos.

Quando não posso deixar de ir ao hospital?

Quando o portador de vírus está em grupo de risco, como crianças abaixo de dois anos, idosos, asmáticos, grávidas, transplantados, portadores de HIV, outros deficientes imunológicos, ou com problemas no pulmão.

Um dos sintomas mais graves que o H1N1 pode causar é certo comprometimento do pulmão, causando falta de ar e dificuldade de respiração.

Esse sintoma, porém, é uma exceção e ocorre de maneira minoritária, não sendo motivo para um pânico generalizado.

Preciso me vacinar todo ano?

Duas vacinas seguidas não fazem mal. Há uma campanha pública de vacinação contra a gripe todo ano (antecipada em 2016 por causa do surto) uma vez que o vírus da gripe sempre se modifica geneticamente com pequenas mutações.

Não parece ser o caso de uma grande mudança no momento, no entanto. O fato de revacinar não causa problema.

Em quanto tempo a vacina deixa imunizado?

Três semanas. Vacina não é remédio e não surtirá efeito caso seja tomada logo quando a pessoa começa a sentir os primeiros sintomas da gripe, uma vez que ela já está infectada.

Nesse meio termo até a imunização, a pessoa que tomou a vacina está exposta a pegar a gripe como qualquer outra.

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